28 julho 2018

UM MUNDO DIRIGIDO(?) A «FLASHCARDS»?

Por esta vez, a expressão condoída de Jean-Claude Juncker nos jardins da Casa Branca não se deverá à ciática. A acreditar naquilo que veio a ser soprado ao Wall Street Journal por um anónimo «funcionário europeu» ( e depois posto a correr pelo resto dos media), terá sido extenuante o trabalho do presidente da comissão para explicar quais as posições europeias a Donald Trump recorrendo a flash cards híper coloridos e ultra simplificados - não mais de três números em cada cartão. Mas uma meras 48 horas depois do encontro já se torna evidente que o método pedagógico não resultou, quando Juncker se vê obrigado a contradizer afirmações posteriores de Trump aos seus agricultores. O acordo não foi bem um acordo, assim como já havia acontecido em Singapura, em Helsínquia, etc.
A diplomacia da era Trump está a tornar-se numa coisa previsivelmente reversível. E eu até percebo que os responsáveis em Washington DC tenham que se resignar a gerir este handicap de ter um presidente como Donald Trump, não sei se tão estupido quanto o descrevem, mas que é claramente ignorante, superficial e orgulhoso de o ser. Agora o que é ridículo são as tentativas de promover esse defeito a virtude, como se tem visto cada vez mais, Porque uma coisa, para ir buscar uma referência clássica à Antiguidade, é registar a existência dos imperadores loucos (casos de Calígula ou Nero), outra coisa é argumentar que os seus reinados foram vantajosos para a subsistência do Império Romano.

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