04 junho 2018

CONSENSOS

Ainda bem que este consenso não se evoca em meu nome, que eu não sou do Sporting. Mas, mesmo assim, a primeira pergunta que me ocorre fazer aos jornalistas de A BOLA, é quem é que eles concretamente auscultaram antes de anunciar o consenso à volta do nome de Ricardo Sá Pinto para treinador. É que o ambiente que se vive ali para as bandas de Alvalade parece tudo menos consensual... Mas tomando a afirmação dos jornalistas de A BOLA por boa, e conhecendo-se o palmarés não desportivo do treinador escolhido, começa a divisar-se um outro conceito de consenso. Entre as coroas de glória de Ricardo Sá Pinto, conta-se o feito de ter agredido o seleccionador nacional Artur Jorge, de ter andado à pancada com os adjuntos deste quando vieram em seu socorro, ter andado à pancada com um jogador quando da sua anterior passagem pelo Sporting como director, depois disso, a sua fama temperamental até se internacionalizou, como se observa pelo vídeo abaixo, feito na Bélgica apenas há seis meses.

Enfim, o perfil de Ricardo Sá Pinto parece ser o de um verdadeiro pacificador e, se deve haver um consenso à volta da sua pessoa, como acima anuncia A BOLA, é porque ele se afigurará a pessoa mais naturalmente capaz de gerar consensos no Sporting. Consenso entre ele e Bruno de Carvalho, que é capaz de em pouco tempo se deixar de preocupar com as dores nas costas para se preocupar com as dores na frente. Há quem se lembre do aspecto do olho à consenso de Artur Jorge ou de como a passagem de Sá Pinto como director no Sporting durou uns consensuais dois meses. Consensos que passam também pela aceitação generalizada da ideia que, quando membros das claques arreiam porrada nos jogadores da sua equipa, isso é uma coisa má e nada consensual, mas quando jogadores arreiam porrada em selecionadores nacionais ou então quando a porrada é entre o director de futebol e um jogador da sua equipa, isso já é coisa aceitável: é o chamado temperamento forte. Nunca se diga que estas histórias do futebol não são divertidas - desde que não sejam levadas a sério!

Ironia da história:

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