28 março 2018

«REAVALIANDO» AS AVALIAÇÕES DA TROIKA

A 28 de Março de 2013 concluía-se a sétima avaliação da troika. Até mesmo os leigos se apercebiam do fracasso da execução do programa de controlo das contas públicas. Meses depois de tomar posse o governo apresentara um Documento de Execução Orçamental até 2015, onde se antecipava um défice rondando os 3% para 2012. Ora o número que então estava em vias de se apurar seria mais do dobro disso: 6,4%. Mas o fiasco na execução era apenas uma parte do problema. O resto - que não pouco - era o visível descontrolo sobre aquilo que estava a ser feito: como se pode ler na passagem sublinhada, tudo o que o governo estimara podia ser revisto abruptamente e isso até mesmo num par de semanas. Será difícil demonstrar mais incompetência, mas os quadros da troika, perante isto, mostravam-se de uma benevolência que os arrastava, por sua vez, para o mesmo descrédito. A quem interesse, diga-se que o número do défice que ficou para a história se cifrou em valores felizmente melhores do que o susto de há cinco anos: apenas 5,7%. Mas o que ainda tem interesse actual em toda esta história não são os protagonistas e a sua incompetência - Gaspar, Moedas e os membros empastados - em mais do que um sentido... - da troika - já que entretanto eles mudaram de ramo ou de paragens; quem continua por aí no activo são aqueles ditos jornalistas económicos, a quem também é preciso pedir responsabilidades pela forma como se conduziram naquela época. Recupere-se o exemplo de Helena Garrido que, naquele dia e naquelas circunstâncias, dedicava, no Jornal de Negócios (ainda não havia Observador...) o seu melhor talento ao problema premente de saber quem suportaria os custos da Cultura como bem económico...
Helena Garrido é apenas um exemplo. Há outros. E o jornalismo económico em Portugal, se alguma vez existiu, hoje parece ter desaparecido ao constatar-se esta duplicidade de critérios...

Sem comentários:

Enviar um comentário