14 junho 2016

EM PORTUGAL NÃO SE LEVA A MAL

Primeiro António Mexia comprou uma entrevista muito personalizada na Sábado. De tão personalizada, chegou a fornecer algumas fotografias com uma versão assim mais lendária de alguns acontecimentos, tal como o que se pode ler acima: «Fugiu para o exílio de Genebra no PREC». Esclareça-se que em 25 de Abril de 1974 António Mexia frequentava o 7º ano dos liceus, ia completar 17 anos. Que razões o impeliriam a fugir para o exílio durante o PREC que ocorreu um ano depois? O Gonçalvismo foi assim tão atroz que se chegou a dedicar a uma perseguição assestada especificamente a teenagers queques?... Sabe-se que não, nem mesmo com aqueles que resistiram à moda dos tempos e que não se filiaram no MRPP, no MES ou na UDP. Mas a galga maior de Mexia nessa entrevista nem foi essa. Meteu-se com algo que em Portugal é ainda mais sagrado do que a Igreja: o Futebol. Ao comparar o seu ordenado de presidente da EDP ao de um defesa direito de um clube do meio da tabela entrou em derrapagem e despistou-se. Não lhe perdoaram, nem mesmo o Observador, que lhe fez ver sisudamente que o seu ordenado equivale ao orçamento de todo um clube do meio da tabela. Aleijado na sua dignidade por esta descompostura pública, o que fez António Mexia? Mostrando que dentro dele continua a subsistir a mesma mentalidade de puto queque de há quarenta anos (o tal que esteve exilado...), faz o mesmo que (o pai) faria se o seu Porsche ou o MG tivesse batido e ido para a sucata: compra um novo. Ei-lo aqui em baixo em plena pose neste fim de semana seguinte, a dar uma nova entrevista à revista do Expresso, corrigindo o tiro das asneiras da anterior.

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