02 julho 2022

JOSÉ SÓCRATES: OS MEUS PRINCÍPIOS E AS MINHAS EXCEPÇÕES

Por norma, quando analiso episódios como o descrito acima, gosto de me conceber como guiado por princípios. Não como os famosos princípios do Groucho Marx (o famoso marxismo-grouchismo), que tem outros princípios alternativos no caso dos circunstantes mostrem não gostar dos iniciais, mas daqueles princípios que não dependem de factores circunstanciais, do género de se cair na contradição ridícula de se possuírem opiniões diametralmente opostas conforme um caso se apresente a meu favor ou contra mim. Se tudo isso que escrevi é verdade, há episódios que não consigo esquecer-me de quem é o protagonista e, neste caso, se não simpatizo normalmente com as exibições de despotismo do poder do Estado, abro uma excepção para com José Sócrates. Porque o observei, arrogante, a valer-se desse poder do Estado de que agora se diz vítima. Porventura sê-lo-á. Mas não recolherá o mínimo laivo da minha simpatia. Mais do que isso: acho merecido vê-lo a sofrer de uma prepotência que o vi a exibir perante terceiros. Mais do que isso: não sei se a justiça, na sua inépcia, alguma vez o chegará a condenar, mas sei que a sociedade, na sua informalidade, há muito tempo que o despejou no lixo de qualquer consideração. E desconfio que será por isso que os magistrados o tratam como o fazem: como um qualquer janado apanhado numa rusga do Casal Ventoso e que é obrigado a apresentar-se regularmente numa esquadra das redondezas. Só que este fumava poder...

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