15 de Junho de 1945. É o último dia de um prazo de doze dias estabelecido pelo governo provisório do general de Gaulle para que os franceses procedessem à troca de todas as notas de banco na sua posse por outras novas. Para o efeito haviam sido disponibilizados cerca de 34.000 locais por todo o país (agências bancárias mas também estações de correio e outros locais públicos ou semi-públicos) para que se procedesse à transacção, no regime da permuta de um para um: o mesmo montante de francos apresentados, desde as cédulas de 50 até às de 5.000 francos. O objectivo anunciado era o de controlar a massa monetária em circulação no país, após cinco anos de vacilações na sua gestão sob autoridades distintas, desde o governo de Vichy e por detrás os alemães (1940-44), até ao GPRF e por detrás os aliados (1944-45). Para além do controlo da inflação, um outro objectivo anunciado desta operação era o de estabelecer um cadastro das fortunas que se haviam forjado sob a ocupação (1940-44). A guerra e a ocupação, por efeito da valorização relativa da produção agrícola, produzira uma transferência substantiva da riqueza detida pelos franceses dos cidadãos urbanos para os rurais. Numa avaliação final, a operação saldar-se-á como um sucesso: praticamente quase toda (92%) a circulação fiduciária será trocada - ficarão de fora 35 mil milhões de francos (8%). Mas isso quanto aos aspectos logísticos. Quanto ao rastreamento das novas fortunas o sucesso foi muito ténue: a maior parte dessas fortunas estavam, se não fiscal, social e politicamente rastreadas. E quanto ao controlo da inflação há que assumir o fiasco: dos 46% de 1944, ela passou para 52% em 1945 e ainda se ficou pelos 49% em 1946.
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