09 outubro 2019

«SAUDADES» DAS PRESTAÇÕES DESPORTIVAS NOS PAÍSES ONDE VIGORAVA O «SOCIALISMO REAL»

Depois do encerramento dos Campeonatos Mundiais de Atletismo, a IAAF publicou uma tabela classificativa que procura expressar o desempenho das selecções presentes com mais alguma profundidade do que a tradicional tabela de medalhas. A avaliação abrange os oito atletas finalistas, pontuando-se a classificação de cada atleta (8 pontos para o 1º classificado, 7 para o 2º, e assim sucessivamente até 1 ponto para o 8º). Os Estados Unidos venceram por margem folgadíssima: 310 pontos, batendo um não tão surpreendente Quénia com 122 e a Jamaica com 115. Só depois aparece a China com 99 pontos. A Rússia não aparece nesta lista pois está excluída das competições, depois de se ter descoberto um vastíssimo esquema de encobrimento da dopagem dos atletas em 2015, um daqueles escândalos que até nem tem sido muito arremessado à Rússia apesar da progressiva deterioração das suas relações com o Ocidente. Mas, sendo um pouco decorrente disto, não era propriamente isto que me levou a evocar aqui o assunto. Portugal classificou-se num expectável 31º lugar, com 13 pontos, entre 68 países pontuados. Não destoa quando em comparação com países da Europa ocidental da nossa dimensão, como a Suécia (15º - 25 pts.), a Bélgica (22º -20), a Suíça (26º - 16), a Áustria (32º - 12) ou a Grécia (48º - 6). Mas o que é estranho é como estas classificações se apresentam quando em contraste com os antigos países comunistas da Europa de Leste que apareciam potentíssimos nestas competições, emulando a pátria-mãe soviética. Nesta competição Portugal (e quase todos os países acima mencionados) aparece(m) classificado(s) à frente da Hungria (36º - 10), da República Checa (42º - 8), da Roménia (também 42º - 8) ou da Bulgária (63º - 2), tudo países da mesma dimensão que a nossa e cujos atletas apareciam com regularidade nos pódios das competições de atletismo disputadas antes da queda do Muro de Berlim. Dá que pensar sobre quais os recursos que aqueles países empenhavam para que se alcançassem aqueles resultados. Nesse sentido, e isto vem por arrastamento de ideias, 7 de Outubro (data do encerramento dos campeonatos) não foi só um mau dia para o PCP.

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