06 fevereiro 2013

PELO ESPAÇO PRÓXIMO


Torna-se engraçado ver estes filmes animados que nos mostram o espaço que rodeia a Terra repleto de satélites artificiais, como se se tratasse de um enorme enxame sideral. Os 13.000 satélites ali mencionados corresponderão a um ritmo de lançamentos equivalente a um satélite por dia, desde que o primeiro – o Sputnik1 com 83,5 kg – foi lançado para o espaço em 4 de Outubro em 1957. Aliás, o Sputnik já lá não está, não pode aparecer no vídeo acima porque se desintegrou nas camadas superiores da atmosfera em 4 de Janeiro de 1958. O decano actual dos satélites artificiais é o Vanguard-1 norte-americano, uma pequena bola de metal de 16,5 cm com uma massa de 1,5 kg, que partiu para o espaço em 17 de Março de 1958. Mas mesmo que a população de satélites que voga actualmente ao redor da Terra possuísse, em média, uma dimensão cem vezes superior (16,5 metros) e uma massa mil vezes maior (1,5 toneladas), a paisagem, considerando a área de dispersão de milhares de quilómetros, dificilmente será a do enxame que nos é mostrado acima. Aliás, fazendo contas, a massa conjunta de toda a população de 13.000 satélites lançada por todos os países desde o princípio da era espacial equivaleria ao deslocamento (à superfície) de um couraçado da Primeira Guerra Mundial
É conveniente ter uma ideia da escala destes fenómenos, quando é previsível o anúncio de mais uma daquelas quase-catástrofes siderais que irá ter lugar no próximo dia 15 de Fevereiro. Um asteróide que se estima tenha cerca de uns 45 metros de diâmetro e uma massa de 130.000 toneladas (equivalente ao deslocamento de um grande navio de cruzeiros moderno…) ir-se-á aproximar até 27.700 km da superfície terrestre. O (assim identificado) 2012DA14 não nos vai acertar desta vez e a probabilidade acumulada de nos acertar até onde foi possível computar cálculos de trajectória foi de 1 para 135.000 mas o conteúdo interessante da futura notícia será provavelmente mostrar aquilo que aconteceria SE acertasse. Pois bem, se o tal paquete de cruzeiros caísse do céu a toda a velocidade calcula-se que ele provocaria uma explosão equivalente a 2,5 milhões de toneladas de TNT, o que seria uma mega catástrofe se o local da queda fosse uma região habitada. Um horror! Porém, não sei se alguém se lembrará de relativizar a dimensão dessa explosão, lembrando que, nos últimos 60 anos, a superfície terrestre terá presenciado explosões muito mais potentes: qualquer dos dez ensaios nucleares mais poderosos realizados por norte-americanos e soviéticos durante a Guerra-Fria foi, no mínimo, quatro vezes superior à potência prevista para a detonação virtual  desse hipotético meteorito…

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