09 junho 2024

«ERAM P'RAÍ OITO E PICOS, NOVE E COISA, DEZ E TAL...»

Como se pode ler acima, o automóvel onde viajava a ministra da Saúde esteve envolvido num acidente, de onde a própria saiu com uma fractura de um braço. Mas o que mais terá entusiasmado os jornalistas foram as inexplicáveis imprecisões que acompanharam a divulgação do acontecimento: tão depressa o despiste ocorrera na auto-estrada A8, como na A10, o local onde ocorrera precisamente também variou, o INEM e os restantes serviços de urgência terão - ou não terão - sido accionados, mas eles não terão encontrado a viatura onde seguia a ministra, a assessora e respectivo motorista. As duas primeiras terão depois dado entrada na urgência do hospital de São Francisco Xavier, dispensando no percurso os hospitais de Vila Franca de Xira, Loures e Santa Maria, unidade hospitalar que, por sinal, a ministra dirigiu até há cinco meses. Em suma: as confusões associadas ao acidente acabaram por justificar, hoje, a publicação de uma nota explicativa do ministério.
Mas tanta confusão levou-me a recordar este grande sucesso musical popular de há 60 anos do conjunto António Mafra, cuja letra, por coincidência, tem várias passagens que parecem ser propositadamente alusivas ao acidente da ministra: «...foram dar com o chófer a dançar com a criada, dizia-lhe ela baixinho: na prise és bestial» ou «...foi dançar a bossa nova, escorregou no soalho, caiu, foi p'ró hospital...» mas sobretudo o refrão, por causa da confusão com as auto-estradas (A8? A10?): «...Eram pr´aí oito e picos, nove e coisa, dez e tal

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