19 dezembro 2020

A ISTO É O QUE SE CHAMA TER MUITO BOA IMPRENSA

O título da notícia do Público é que Rui Moreira foi acusado pelo Ministério Público, a propósito de um caso baptizado de caso Selminho. Ora, quando as práticas canónicas recomendariam que os jornalistas usassem o subtítulo para prestar uma explicação ao leitor, o mais sucinta possível, em que consistiria esse caso Selminho..., não. O subtítulo vai, inteirinho, para a citação da reacção de Rui Moreira. Ou seja, o leitor nem chega a perceber a causa e o conteúdo da acusação, mas fica a saber desde logo pela outra parte que é tudo mentira. Para os leitores mais preguiçosos, nem precisa de se ler mais. E o mais, por sinal, é substancialmente mais incómodo para Rui Moreira do que o formato da notícia abaixo. A isto é o que se chama ter muito boa imprensa.
Adenda: No Observador, a estrutura dos títulos é ligeiramente diferente. No principal está a acusação e também a reacção. E no subtítulo aparece a explicação sucinta ao leitor, a que falta ao Público. Mas a boa imprensa também lá está: quem dera a todo aquele que é acusado por um título de jornal que a sua reacção crítica também constasse desse mesmo título, como acontece neste caso com Rui Moreira. Por exemplo: «Observador é um pasquim. José Manuel Fernandes contesta».

Sem comentários:

Enviar um comentário