05 outubro 2020

RECORDANDO (MAIS UMA VEZ) QUE O FACCIOSISMO POLÍTICO NÃO COMEÇOU COM O «OBSERVADOR»

5 de Outubro de 1980. Vitória da Aliança Democrática nas eleições realizadas naquele dia, renovando a maioria absoluta que alcançara dez meses antes. Mas esta evocação é sobretudo o clímax das evocações que temos vindo a fazer (1) (2) da forma como o Diário de Lisboa procedera ao acompanhamento das campanhas dos concorrentes a essas eleições, mostrando que nada aprendera nesses dez meses quanto à objectividade jornalística: o mesmo facciosismo pró-comunista de 1979. Nada aprendera o jornal, e nada haviam aprendido os jornalistas: Fernanda Mestrinho, que já dera uma barraca monumental a acompanhar a campanha da AD em 1979, denegrindo-a incessantemente, repete o espectáculo com a mesma aliança política, com uma crónica de falsa ingénua (Os números caíam e a AD aumentava), para gáudio daqueles que apreciavam ver os torcedores da equipa contrária de orelha murcha. Tal era a cegueira política de Fernanda Mestrinho, que nem mesmo a convivência próxima com a campanha eleitoral da coligação que veio a vencer as eleições, a conseguiu fazer saber ler o que acontecia à sua volta e para o qual o jornal - supostamente - lhe pagaria. Ora isso nunca foi jornalismo e continua a não o ser. Embora haja quem tente recuperar a reputação da antecessora de Helena Matos no Observador, só porque pertence ao outro lado do espectro político. Dar opiniões políticas, esse é um exercício livre, travesti-lo de jornalismo é que é mau jornalismo, independentemente das cores de quem o pratica. Mas, como mais depressa se apanha uma mentirosa do que uma coxa, quatro meses depois e por uma cortesia irónica do jornal para onde trabalhava, a propósito de um outro assunto completamente diferente, vamos encontrar a mesma Fernanda Mestrinho como representante do MDP/CDE numa comissão de inquérito (abaixo). Ora, por essa altura, o MDP/CDE já era reconhecido universalmente como um mero satélite comunista. Não é que houvesse propriamente dúvidas sobre quais eram as simpatias políticas de Fernanda Mestrinho... o que era chato era todo aquele fazer-de-conta. Da própria e do jornal. 

Sem comentários:

Enviar um comentário