26 abril 2017

EVOLUÇÃO DA DÍVIDA PÚBLICA EM % DO PIB (de 1992 a 2016)

Sempre me perguntei porque, a substituir a utilização dos défices orçamentais (cuja limpidez como indicador económico e estatístico se está a perder), não se passava a privilegiar a análise da evolução da dívida pública. Alguém terá tido essa mesma ideia antes de mim e brindou-nos com este gráfico na página Dívida Pública de Portugal na Wikipédia. Para a sua concepção misturam-se não apenas os dados financeiros mas também a situação política vigente na época, assinalada pela cor (laranja ou rosa) do partido então no poder, complementando-se essa informação ainda por uma sinalética (apresentada em legenda) para as situações políticas especiais (coligações ou apoios parlamentares). Completei o gráfico que ali existia com os dados de 2016 e esta nova situação política. Cingindo-me apenas aos anos mais recentes, há conclusões que se parecem impor:

a) Aquelas três grandes barras rosas para os anos de 2009, 2010 e, também, ainda que parcialmente o de 2011, demonstram o a dimensão do descontrole financeiro e desmentem totalmente a narrativa que José Sócrates quis pôr a correr de que tudo teria continuado bem se o seu governo não tivesse sido derrubado.

b) Aquela outra grande barra laranja respeitante ao ano de 2012, a que há que adicionar parcialmente a do ano anterior, mostram que o tratamento de choque socialmente violento que veio a ser adoptado não teve quaisquer consequências positivas imediatas, ao contrário daquilo que prometera Pedro Passos Coelho.

c) E que a inflexão de política protagonizada por António Costa não teve as consequências gravosas de retorno à situação de descontrolo financeiro inicial, pelo menos não da forma imediata como havia sido profetizado por Pedro Passos Coelho. Isto são as conclusões objectivas mas uma boa discussão política não tem nada a ver com objectividade...

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