Hoje conclui-se o Campeonato Mundial de Rugby. E o que eu tenho notado de mais interessante no seu acompanhamento pela imprensa escrita - a que o acompanha que não é necessariamente a que se reclama desportiva - é que as notícias sobre a matéria já não são sobre as regras do jogo mas sobre as razões para o sucesso da expansão do jogo (nomeadamente quando comparado com o futebol). Nesse aspecto, curiosamente, tenho acabado por adoptar a mesma atitude que os jornais, selecta não inclusiva. Longe vão os anos em que, perante o meu entusiasmo manifesto ao assistir a um jogo pela televisão, havia as pessoas que, pelas redondezas, talvez invejosas de não conseguirem compartilhar aquele mesmo entusiasmo, talvez para início de conversa se estivesse a seguir o jogo num café, se lamentavam de não compreender as regras do jogo, às quais eu me disponibilizava para explicar o que estava a acontecer em campo. Décadas passadas já me deixei disso. Não por ter perdido entusiasmo pelo rugby e deixar de me preocupar em que ele tenha divulgação. Mas por ter percebido que o interesse - a existir - era circunstancial e que os tempos mudaram e que o acesso à informação está hoje extremamente facilitado. As regras de uma qualquer modalidade estão hoje à distância de alguns cliques da internet. E, depois, pensando no meu próprio caso, conheço as regras de imensas modalidades e, se não conheço as de outras (casos do beisebol ou do críquete) é porque não estou interessado em as conhecer. Portanto, quem se lamentar por não conhecer hoje em dia as regras do rugby, será por seu desinteresse. Tão simplesmente.
De uma certa forma, aquilo que acima escrevi é válido para quase tudo para além do rugby. A ignorância destes dias que correm merece muito menos contemplação do que a de outrora. E, paradoxalmente, por causa da mesma internet que facilita a sua extinção, essa ignorância torna-se tantas vezes tão mais visível... É só dar uma vista de olhos pelos erros gramaticais que pululam, quais piolhos, pelo facebook!