04 junho 2013

QUANDO DÁ PARA CONCLUIR (TAMBÉM) QUE OS PRETOS SÃO ESTÚPIDOS...

Eu bem sei que a atitude mais sadia passa por não dar importância a imbecis, mas uma vez por outra apetece desenjoar zupando na escola dos criadores de gráficos pretensamente auto-explicativos, de que o exemplar acima é exemplo perfeito. Entrando no espírito da coisa não vou questionar a pertinência do gráfico e argumentar com senso, indicando a ausência de quaisquer explicações para o autor ter elegido especificamente o número de prémios nobel da física e não os da química, medicina ou literatura. Nem evocar que, por exemplo, há cientistas galardoados que são de um continente mas que desenvolveram os trabalhos pelos quais foram galardoados noutro continente; é um fenómeno, aliás, que se ampliou com a globalização. Contudo, vou aderir primária e incondicionalmente ao que o autor quererá que se conclua: que a Europa estará em declínio diante de uma América e de uma Ásia pujantes. Mas com o mesmo primarismo com que se conclui aquilo que o autor obviamente deseja, vale a pena relevar a ausência do outro continente no gráfico: África. Pela ausência contínua de laureados africanos poder-se-á concluir que os pretos continuam os mesmos estúpidos de sempre? Será que o autor quer também discutir essa outra conclusão que se extrai do gráfico que fez?

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