25 novembro 2011

AS PULSEIRAS «POWER BALANCE»

Uma notícia recente informa-nos que, como resultado de uma acção apresentada por um grupo de consumidores enganados, a empresa Power Balance foi condenada a ter de pagar 42 milhões de euros por publicidade enganosa. Para quem não tenha prestado atenção, as pulseiras daquela marca estiveram muito na moda (Cristiano Ronaldo usava uma) e prometiam ligar-se ao nosso campo energético (sic), criando um circuito que o optimizava, num processo que redefinia a tecnologia holística (sic)! Tanta sofisticação cobrava-se a 37 € a unidade embora quem quisesse investigar mais cientificamente os seus efeitos tropeçava rapidamente no embuste.

Partidas que a imaginação me prega, lembrei-me da analogia que as supra mencionadas pulseiras poderão ter com a União Europeia e a publicidade enganosa que a ela se associou, com anos consecutivos em que nos foi impingido que os interesses nacionais dos países-membros iriam ser substituídos progressivamente pelos interesses comuns da Europa com o aprofundamento da União¹ – algo que estes acontecimentos mais recentes têm desmentido contínua e consistentemente. Como o embuste das pulseiras Power Balance, ocorre-me perguntar se não será possível processar todo um clã de europeístas por publicidade enganosa?...

¹ Refira-se que o relator e um dos autores dessa Resolução (exemplar) sobre o Aprofundamento da União Europeia, José Medeiros Ferreira, entretanto já saltou fora do barco, tendo aparecido recentemente como signatário do documento Um Novo Rumo subscrito em primeiro lugar por Mário Soares. Os outros autores da Resolução foram Francisco Assis (anterior líder da bancada parlamentar do PS), Carlos Zorrinho (actual líder dessa mesma bancada), Hasse Ferreira e o entretanto falecido Acácio Barreiros. Não se pense por aqui que o europeísmo aprofundado foi um exclusivo dos socialistas: a Resolução foi aprovada com os votos favoráveis do PS mas também do PSD…

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