20 janeiro 2022

A CONFERÊNCIA DE WANNSEE

20 de Janeiro de 1942. Começa em Wannsee, nos arredores de Berlim, uma discreta (mas importantíssima) conferência a que compareceram quinze (também discretos) funcionários de diversos departamentos da administração do III Reich. Tratava-se de uma conferência que se destinava a implementar e coordenar as soluções práticas para a prossecução daquilo que fora anteriormente decidido e designado, ainda que eufemisticamente, como a solução final da questão judaica (endlösung der Judenfrage, no alemão original), ou seja, o extermínio da população judaica de toda a Europa. Na fotografia acima, exibe-se o local. Embora, na sua quietude bucólica, ele não impressione como os fornos crematórios dos campos de extermínio, ele reveste-se de um simbolismo equivalente senão mesmo superior do que representou o Holocausto, embora seja muito menos conhecido e visitado. No mosaico intermédio, as fotografias dos quinze participantes na conferência. 
Com excepção de Reinhard Heydrich, Adolf Eichmann e, eventualmente, Roland Friesler (os três da coluna da esquerda por essa ordem), todos os restantes são completos desconhecidos, mesmo daqueles que se considerem conhecedores do tema e das personalidades associadas à Segunda Guerra Mundial. Depois do local e dos participantes, na última imagem temos a tarefa, consubstanciada na lista, apresentada naquela reunião, dos efectivos da população judaica da Europa. A lista está dividida em dois grupos. Na rubrica A, a começar pela Alemanha (Altreich) e pela Áustria (Ostmark) estão os países sob controlo directo do III Reich; na rubrica B, os países que estavam fora desse controlo, onde se incluíam tanto inimigos, como neutros (como Portugal) e os aliados da Alemanha. No total, lê-se abaixo, mais de onze milhões de judeus. Prova da eficácia organizativa alemã, dali por um pouco mais de três anos, cerca de metade haviam sido exterminados.

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