24 junho 2021

A FALSA NOTÍCIA DA BOMBA ATÓMICA

24 de Junho de 1946. A edição do jornal daquele dia escarrapachava uma falsa notícia logo na primeira página! Afinal, não havia sido lançada nenhuma bomba atómica. Os problemas técnicos decorrentes de um sempre complexo ensaio nuclear, haviam obstado a que o ensaio tivesse tido lugar naquelas condições que são tão detalhadamente descritas pela notícia. Porém, por entre a profusão de militares, cientistas e jornalistas que se acotovelavam pelo «ilhéu de Bikini», haviam sido os últimos a ganhar a disputa e haviam sido os jornalistas a rebentarem a bomba mesmo que a bomba não houvesse rebentado! Atrasado por uma semana, o ensaio nuclear, descrito como uma experiência científica e também um teste militar, mas que era sobretudo uma gigantesca operação de relações públicas para demonstrar ao Mundo o poderio dos Estados Unidos, terá verdadeiramente lugar a 1 de Julho de 1946 (abaixo). Mas a pedagogia desta evocação é outra: é a de alertar como ao longo destes 75 anos houve inúmeras ocasiões em que a poderosa máquina da comunicação social detonou a bomba sem que a bomba tivesse efectivamente sido detonada. Ainda hoje me deparei com um exemplo crasso disso, no The Guardian, a propósito de Jacinda Ardern, a primeira ministra neozelandesa que, por uma graça inexplicável, caiu nas simpatias da comunicação social de todo o resto do Mundo*, mas sem que houvesse um interesse correspondente nos problemas e dificuldades que se lhe(s) deparam.

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