17 fevereiro 2021

UM MILHÃO E MEIO DE CONFINADOS POR CAUSA DE TRÊS INFECTADOS

Para não cedermos à facilidade de criticar somente a comunicação social portuguesa por causa de um alarmismo disparatado a respeito da covid, alarmismo despropositado esse que, afinal, grassa por toda a parte, destaquemos este outro exemplo, vindo do outro lado do Mundo (da Nova Zelândia), e sobretudo a forma como o episódio está a ser coberto pelo jornal britânico The Guardian. Comecemos por aqueles factos que dão a verdadeira perspectiva ao assunto, algo que a autora do artigo - Eleanor de Jong - se esqueceu de fazer: Auckland é a maior cidade da Nova Zelândia, na Ilha do Norte, com uma área metropolitana composta por cerca de um milhão e meio de habitantes (2020). No fim de semana passado, depois de três pessoas da mesma família terem testado positivo para a covid, o governo neozelandês reimpôs um novo confinamento a toda a cidade, obrigando as pessoas a ficar em casa, fechando escolas e empresas, um disparate, uma cidade de um milhão e meio de pessoas parada por causa de três pessoas infectadas. O governo da primeira-ministra Jacinda Ardern ter-se-á apercebido do despropósito da decisão e, depois de investigar as potenciais cadeias de transmissão dos infectados, reverteu-a. E a indignação do The Guardian, que não aparecera quando da imposição do confinamento, expressa-se agora em todo o seu esplendor na notícia acima. O título é eloquente: Fim do confinamento em Auckland apesar de três casos novos de Covid-19. E mais abaixo pode ler-se que a decisão de Jacinda Ardern surpreendera muitos... Quantos (foram os surpreendidos) é que não se quantífica, mas regista-se o contraste com a redacção da notícia anterior, a do anúncio da imposição do confinamento, que não terá surpreendido ninguém... A parcialidade dos jornalistas, e, por arrasto, dos jornais onde escrevem, é por demais evidente para que os levemos a sério. Se escrutinarmos os passos da autora da notícia acima, Eleanor de Jong, percebe-se porque, apesar de morar na Nova Zelândia, é difícil acreditá-la como uma repórter objectiva dos acontecimentos sobre os quais escreve. Segundo as informações disponibilizadas pelo próprio The Guardian, Eleanor de Jong está baseada em Dunedin, uma cidade de 134.000 habitantes na Ilha do Sul, mas escreve-nos este seu artigo desde Queenstown, uma pequena vila de 16.000 habitantes, 180 km para o interior dessa mesma ilha. Apesar de nada se poder concluir desta sua mudança de ares, que pode nada ter a ver com a covid, é importante referir que Queenstown, onde agora mora, está a 1.050 km de Auckland: não se pode dizer que Eleanor de Jong esteja em cima do acontecimento sobre o qual tem uma opinião tão vincada. Mas enquanto se publicam destas opiniões, a verdade é que não se publicam de outras...

16 comentários:

  1. Caro A. Teixeira,

    Lamento mas nao acompanho, de todo, o seu seu raciocinio em duas passagens consecutivas do seu texto:

    "o governo neozelandês reimpôs um novo confinamento a toda a cidade, obrigando as pessoas a ficar em casa, fechando escolas e empresas, um disparate, uma cidade de um milhão e meio de pessoas parada por causa de três pessoas infectadas."

    1 = Disparate porque?

    Penso que o A. Teixeira tece uma opiniao aqui com falta de conhecimento teorico.
    Antes de avaliar o confinamento em Auckland (e demais restricoes na Nova Zelandia) tem de ter dominio sobre algumas questoes a montante:

    1.1 - Ferramentas a disposicao do virus SARS-CoV2 para iludir o sistema imunitario Humano - base da epidemiologia observavel deste virus
    1.2 - Qual a estrategia adoptada pela Nova Zelandia para combater o virus no seu territorio
    1.3 - Porque esta estrategia e nao outra.
    1.4 - Consequencias tacticas ao nivel de accoes de saude publica e medicina de populacoes que advem da estrategia adoptada.
    1.5 - Dados especificos deste incidente a data da tomada da decisao.

    "O governo da primeira-ministra Jacinda Ardern ter-se-á apercebido do despropósito da decisão e, depois de investigar as potenciais cadeias de transmissão dos infectados, reverteu-a."

    2 - Lamento mas isto e incorrecto. Esta la na propria noticia e links de noticias do fim de semana do Guardian.
    O governo Neozelandes quando anunciou o confinamento de Auckland (e outras medidas) estabeleceu que este duraria 3 dias como precaucao. O objectivo era investigar as cadeias de transmissao conhecidas, prevenir/desacelerar cadeias de transmissao desconhecidas e detectar estas ultimas.
    Ao fim de 3 dias a primeira ministra argumenta que face aos dados entretanto recolhidos parece que nao ha perca de controlo sobre o virus. Nao prolongou as medidas.
    Isto e substancialmente diferente de se dizer (estou a parafrasear o A.Teixeira) que "houve uma reversao das medidas porque se reconheceu que eram despropositadas".

    Quanto substancia do seu comentario sobre os "merdia" - concord.

    Cumprimentos.

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  2. Lamento informar o autor do cordial mas discordante comentário que para aqui foi enviado que o não vou publicar por ser anónimo. Como já esclareci anteriormente e por mais do que uma vez, é privilégio de quem me escreve decidir se se identifica de alguma forma ou não, e é meu privilégio decidir se o público ou não. E não o faço por sistema às mensagens anónimas, por mais cordiais que sejam: não é apenas uma questão de me tratar por meu caro no começo e de endereçar cumprimentos no fim, é uma questão de eu poder ter uma referência de QUEM o faz.

    Se continuar interessado, republique o comentário, mas diga quem é.

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  3. Caro A. Teixeira,

    O comentario foi meu. Tenho um computador novo com o windows 10 instalado e parece que o software nao e muito compativel com a plataforma de comentarios do Blogger
    Alem disso eu sou um nabo com computadores.

    Cumprimentos

    Low Lander

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  4. Caro Low Lander

    O que me impressiona no seu comentário é que, se o tivesse começado por onde o acaba («Quanto (à) substancia do seu comentário sobre os "merdia" - concord(o).»), transformá-lo-ia substancialmente.

    Porque é a parcialidade dada à cobertura mediática do tema da covid que é, mais do que a «substância», a essência e o principal do poste que escrevi. E talvez merecesse ter começado por aí: colocaria os assuntos na sua devida proporção.

    O assunto a que o Low Lander acaba por dar a atenção principal é o de saber se as decisões tomadas pelo governo de Jacinda Ardern o foram baseadas na intuição política, se no cumprimento de regras científicas e objectivas.

    Naquilo que escrevi há constatações (a de que impor um recolher obrigatório a milhão e meio de pessoas por causa de três infecções é um disparate) e há especulações (o governo neozelandês ter-se-á apercebido e "corrigiu o tiro"). A minha especulação pode ser excessiva, concedo. >Cinismo o meu de pressupor que a questão científica não é a primeira prioridade dos decisores políticos.

    Mas, faço notar, aquilo que escreve a respeito da minha «opinião (...) com falta de conhecimento teórico.» é válida para tudo o que for decidido a respeito da actual pandemia, a não ser a constatação, essa óbvia e de senso comum, que se aqui há uns 18 meses (por exemplo), alguém se propusesse impor o recolher obrigatório a uma metrópole de milhão e meio de habitantes por causa de três casos infecciosos (seja do que for, de legionella, de cólera ou de Ébola) seria politicamente trucidado, por mais bem fundamentada cientificamente estivesse a sua decisão.

    E, por falar em científico, e das nossas "valências" nesse campo, confesso-lhe o meu cansaço e desencanto em acompanhar o que, de sério, se tem escrito a respeito:

    a) Por um lado escreve-se muito e é impossível acompanhá-lo - foram mais de 81.000 artigos científicos apenas no ano passado (https://portugal.cochrane.org/sites/portugal.cochrane.org/files/public/uploads/newsletter_64_isbe_20201119.pdf)

    b) Por outro lado, aqueles artigos que vejo mais publicitados e mais eivados de certezas costumam ser também aqueles que mais se desbroncam quando são escalpelizados pelos seus pares (https://www.bmj.com/content/371/bmj.m3979)

    A impressão que tenho formado é que a epidemiologia não será bem uma ciência, é mais uma ciência social (assim como a economia), e que, portanto (e como a economia), tanto pode ser uma coisa quanto outra. Depende. No caso dos actores políticos, e porque não querem ser agredidos pela comunicação social, "jogam sempre paus", sendo aqui "os paus" a hipótese menos propensa a que sejam fustigados.




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  5. Testou positivo, embora não no sentido prevalecente nos dias que correm.

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  6. Caro A.Teixeira,

    "faço notar, aquilo que escreve a respeito da minha (…) é válida para tudo o que for decidido a respeito da actual pandemia,"

    Isso, com o devido respeito, e um nivel de relativismo inapropriado, em ingles chamariam "handwaving argument" - nao sei traduzir isto bem.

    https://rationalwiki.org/wiki/Handwave#:~:text=Handwaving is the act of glossing over a,on flamboyant hand movements to distract the audience.

    Ha uma situacao concrecta, um corpo de conhecimento teorico concrecto (imperfeito e em evolucao rapida? e feitio e nao defeito do metodo cientifico), uma accao de medicina de populacoes concrecta e uma opiniao concrecta.

    A medicina e por extensao a medicina de populacoes sao, na minha opiniao, areas de actuacao humana com similitudes muito semelhantes a operacoes militares em tempo de Guerra.
    Foi o A.Teixeira quem me alertou ha dias quando falavamos de ficcao cientifica - historias alternativas - para as consequencias do adagio de Clausewitz "a Guerra e prosecucao de politica por outros meios" - foi com essa troca de impressoes bem presente na minha memoria que tentei frasear os meus pontos 1.1 a 1.5 numa linguagem familiar para alguem com as suas valencias academicas.




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  7. Caro A.Teixeira,
    Quanto aos seus ultimos 3 paragrafos sobre fundamentacao cientifica:

    1 - Aquilo que descreve em a) e b) e valido para todas as areas cientificas mais profundamente imbricadas no processo de decisao politica.
    Os mesmissimos fenomenos que o A.Teixeira aqui documenta se passaram com: Tabaco e cancro de pulmao; SIDA; emissoes de gases com efeito estufa e alteracoes climaticas; epidemia de obesidade e diabetes melitus no mundo Ocidental (cito examplos em rajada de memoria).

    2 - Partilho o seu cansaco e desencanto se este e direcionado aos "merdia" que sistematicamente demonstram incompetencia atroz.

    3 - Tambem concordo que a economia (o nome mais correcto da disciplina na minha opiniao e "economia politica") nao e uma ciencia. Porque o seu objecto de estudo e um artefacto inteiramente de desenho Humano - e uma forma de engenharia.

    4 - Mas a epidemiologia e ciencia - o objecto de estudo e mundo natural. Penso que a sua visao esta enviesada por ter exposicao exclusiva e epidemiologia aplicada a saude publica - a epidemiologia tambem se aplica no campo veterinario. E uma "ciencia muito menos social" nesse contexto. Creio que a parte "social" a que o A.Teixeira alude/queixa e explicito de forma mais apropriada nos problemas que sao ate certo ponto inevitaveis no processo de imbricacao e incorporacao do conhecimento cientifico produzido na accao politica.

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  8. Caro A.Teixeira,
    "Last but not least"
    Nao se enfastie tanto com esta minha mania de comentar pormenores dos seus textos em vez daquilo que o A.Teixeira pensa ser a substancia.

    Encare-o como um elogio: eu nao tinha melhor por onde "pegar" :-D

    Convenhamos que enviar comentarios so a dizer "sim senhor!" "muito bem!" "subscrevo!" nao sera la muito estimulante para dar dois dedos de conversa…

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  9. Caro Lowlander

    Tem toda a razão neste seu último comentário e não pense que eu sou insensível ao facto de me "pegar" pelos pormenores.

    Mas deixe-me convidá-lo a ver a questão da "polemização" da minha perspectiva: eu não escrevo o que escrevo com o intuito de criar polémicas, para que estas depois me ocupem tempo. O que me ocupa tempo são os próprios textos e as pesquisas que tenho de fazer para os sustentar e os ilustrar.

    As objecções quando, como as suas, são bem fundamentadas, acabam por se apresentar como uma contrariedade, que nos forçam a dispersar a atenção da publicação dos próprios textos. E, como acabou de demonstrar ao publicá-lo em "três prestações", estes comentários não são muito fáceis de redigir nestas "caixinhas".

    Mas, como não quero ser acusado de mais «handwaving», deixe-me comentar em concreto a questão da epidemiologia, nomeadamente aplicada ao campo veterinário - onde sei que pisa terreno firme. Quando o evocou, lamento dizer-lhe que a "única campainha" que ressoou foi a associada à encefalopatia espongiforme, a famosa BSE, da qual assumo a mais completa ignorância sobre os trabalhos científicos que se terão produzido a respeito da sua difusão pelas manadas.

    Em contrapartida, retenho uma ideia muito precisa das aldrabices que foram perpetradas por vários países europeus para negar a sua propagação transfronteiriça. Um dos casos que mais me impressionou foi o da Alemanha, que eu tinha em outra conta, mas que afinal se revelaram tão aldrabões quanto a Espanha. E, na hora da verdade, é esse o ponto: a política apropria-se da ciência. Reparei que não chegou a responder à minha pergunta sobre o cenário hipotético que tracei: acha que, antes disto tudo, Jacinda Ardern (ou qualquer outro actor político de resto) se atreveria a estabelecer um recolher obrigatório numa metrópole de milhão e meio de habitantes brandindo as mais convincentes razões científicas para o fazer?

    Recordo-lhe o tempo que isso demorou para acontecer em Wuhan, as pressões para que isso acontecesse, e a China nem sequer é uma democracia...

    Se de Clausewitz se costuma citar que «a Guerra é a prossecução da política por outros meios», a mim falta-me o engenho como sintetizar numa máxima as conexões (só algumas científicas) que relacionem o combate a esta pandemia com essa mesma política.

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  10. "Quando o evocou, lamento dizer-lhe que a "única campainha" que ressoou(…)"
    Grande vergonha e traicao de classe, a minha! Nem sequer aqui puxo lustro aos meus galoes:
    Tuberculose Bovina e os texugos; Salmonelose em galinhas poedeiras; Febre Aftosa de 2001 - so recentemente destronada pela peste suina Africana no Sudeste Asiatico como o surto mais caro de sempre na historia da saude animal (o Neil Ferguson que e um epidemiologista muito badalado hoje em dia no contexto COVID foi tambem muito influente nessa epidemia - por maus motivos na minha opiniao).
    Em todos estes exemplos (BSE tambem) as polemicas advem das dificuldades que emergem aquando da imbricacao do conhecimento cientifico na accao politica.

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    1. Na minha humilde opinião, no caso concreto da BSE, o conhecimento científico não "imbricou" na acção política, atrapalhou-a.

      O famoso (em Portugal) caso concreto da vaca açoriana infectada, que fora importada da Alemanha - país impoluto! - teve que ser resolvida com a demissão de dois ministros alemães (saúde e agricultura) porque não se conseguia arranjar nenhuma outra explicação estúpida para a infecção da vaca!

      O Ricardo III dizia »o meu reino por um cavalo!» estes dois diziam «os nossos cargos por uma vaca!». Nem imagina o quão teria sido conveniente arranjar para este caso uma outra explicação, ao jeito das gonorreias que se apanham só por agarrar as maçanetas nas casas de banho públicas...

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    2. Caro A.Teixeira,
      Desculpe, aprecio o humor do seu comentario mas perdi-me no ponto que pretende sublinhar. Pode esclarecer?

      As polemicas de que eu falo sao polemicas no seio da propria comunidade cientifica - regra geral a excessiva ou inrazoavelmente prolongada atencao e destaque que se da a teorias e cientistas que seriam marginalizados pelo processo de "peer review".

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  11. "Reparei que não chegou a responder à minha pergunta sobre o cenário hipotético que tracei: acha que, antes disto tudo, Jacinda Ardern (ou qualquer outro actor político de resto) se atreveria a estabelecer um recolher obrigatório numa metrópole de milhão e meio de habitantes brandindo as mais convincentes razões científicas para o fazer?"

    Voltei a rever o seu texto e nao havia la ponto de interrogacao… mas vamos la a isso:

    "aqui há uns 18 meses (por exemplo), alguém se propusesse impor o recolher obrigatório a uma metrópole de milhão e meio de habitantes por causa de três casos infecciosos (seja do que for, de legionella, de cólera ou de Ébola)"

    Na minha resposta comecaria por notar a sua pergunta me permite experimentar na pele provavelmente aquilo que o A.Teixeira sente quando lhe perguntei/pergunto sobre historia alternativas de conflitos armados… :-D
    A minha resposta e nao consigo vislumbrar sequer como e que essa questao se colocaria, dou-lhe uma lista de pistas nao exaustiva para os problemas com essa "historia alternativa":
    1 - Ha 18 meses atras estavamos em Agosto de 2019. Ha muita incerteza sobre aquilo que de facto se passou, mas a mim me parece que a epidemia nesta altura estava circunscrita a pequenas bolsas no interior da China rural "em lume brando" porque, alem de areas rurais com baixa densidade populacional nao serem ideais para transmissao estavamos firmemente no Verao do Hemisferio Norte e o Coronavirus tem picos de transmissibilidade sazonais.
    2 - Estes "spillovers" zoonoticos tem de ocorrer em regioes/paises onde haja infiltracao de actividade humana no mundo animal selvagem - nao e possivel o COVID emergir directamente na Nova Zelandia por exemplo.
    3 - A Nova Zelandia, pela sua Geografia e localizacao no Hemisferio Sul (era Verao la quando o COVID explode na China) estaria sempre resguardada das primeiras cadeias de transmissao, ou seja a Nova Zelandia teve/tera sempre maior facilidade em fechar fronteiras e observar os erros/sucessos das outras nacoes.
    4 - Desde muito cedo, o Sudeste Asiatico adoptou a estrategia da supressao/eliminacao porque tinham experiencia anterior com o SARS 1... em especial a China. Tinham a memoria institucional, os meios tecnicos e logisticos desenvolvidos e tinham a experiencia. As nacoes existem num determinado contexto, quando um gigante regional como a China envereda por uma determinada estrategia, os outros seguem porque ha vantagens na cooperacao internacional regional.
    5 - Repare que se formaram "bolsas" entre paises livres da doenca - interacoes economicas agora priveligiadas e guiadas pelo estatuto sanitaria de cada pais. E uma vez inseridos nessas bolhas torna-se cada vez mais atractivo economicamente ser agressivo e duro na luta contra o virus para nao perder esse estatuto.
    5 - Colera, Ebola, legionella sao agentes infecciosos completamente diferentes entre si e do SARS COV-2 um agente infeccioso respiratorio altamente transmissivel, com uma taxa de mortalidade 10x superior a gripe completamente desconhecido para a populacao Humana e o Sistema imunitario Humano- permita-me colocar a questao assim: na II Guerra Mundial nao faria sentido para os alemaes investirem nas mesmas tacticas militares a combater o Reino Unido (uma potencia maritima) e a Russia (uma potencia terrestre).

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    1. Vamos fazer então assim: é o próprio Lowlander que escolhe o agente patogénico mais plausível para provocar a tal potencial epidemia hipotética. Mesmo há 18 meses devia haver alguma outra que não a da covid, não?

      "Bref", o Lowlander escolhe essa, não precisa de me explicar em cinco ponto porque é que a escolheu mas, em contrapartida, responde-me à pergunta:

      Acha que aqui há 18 meses haveria algum dirigente político - também não é preciso que seja precisamente a Jacinda Ardern... - que se atrevesse a fechar completamente uma metrópole de milhão e meio de habitantes por causa de um episódio epidemiológico, fosse qual fosse a força dos argumentos científicos?

      É que esta pergunta só tem uma resposta.

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    2. Caro A.Teixeira,

      Ha 18 meses atras (Agosto/2019) nao havia "argumentos cientificos" para isso. O processo cientifico nao produz conhecimento e consenso no abstracto, sem observacoes e analise de observacoes.

      Repare que em Agosto de 2019, nao se conhecia nenhum patogeno com as caracteristicas necessarias para justificar estas tacticas agressivas.
      E ainda muito dificil reconhecer com grande certeza"a priori" patogenos que terao essas caracteristicas - historicamente isso so se fez muito "a posteriori".
      Bem vistas as coisas a comunidade cientifica foi extraordinarimente rapida a reconhecer a real ameaca representada pelo SARS-COV-2.
      Em Agosto de 2019, haviam decorrido ja 101 anos desde a emergencia de um patogeno que reunisse todas as caracteristicas necessarias para justificar o uso de uma solucao limite como o confinamento de metropoles.

      Repito-me portanto: nao vislumbro como e que a questao nos termos em que a coloca - emergeria.

      Posso-lhe responder ao lado da sua questao: ha coisa de 13/14 meses atras (Dezembro-Janeiro/2020) sim, havia sem divida um dirigente politico com esse grau de "atrevimento": o Kamarada Xi...

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