30 abril 2019

PARABÉNS, ANTÓNIO GUTERRES

30 de Abril de 1949. O nosso secretário-geral da ONU completa hoje 70 anos. Embora a importância do cargo que ocupa seja muito menor do que a nossa comunicação social o fez parecer quando da sua candidatura de 2016 e, para mais, quando a visibilidade do desempenho das suas funções é ameaçada negativamente por figuras com o caparro mediático de Trumpes, Putines, Xis e afins, que não fiquem dúvidas do quanto a presença de António Guterres no cargo cimeiro da ONU é lisonjeira para a pátria que o viu nascer. Num Mundo que fosse racional, ele seria naturalmente mais importante do que o Cristiano Ronaldo, o outro grande filho da pátria lusitana que é conhecido por esse Mundo fora, mas o Mundo (e como tão bem saberá Guterres...) nada tem de racional, atribui mais importância ao 600º golo marcado pelo futebolista do que a qualquer iniciativa pela Paz que seja protagonizada pelo político. Por vezes, ainda bem que é assim, já que os golos não são anuláveis depois do fim do jogo, mas os acordos podem saldar-se por um fracasso completo, como aconteceu, de resto, recentemente no Iémen. Contudo, a grande actividade de Guterres de que somos regularmente notificados é com ele a distribuir bacaulhazadas com tudo o que é gente importante por esse Mundo fora.
Nas fotografias vêmo-lo a cumprimentar os seus dois antecessores no cargo, respectivamente Kofi Annam do Gana e Ban Ki-moon da Coreia do Sul. O processo de candidatura de Guterres ao cargo de secretário-geral da ONU revelou-se um daqueles momentos seminais, para acabar com a ficção da aplicabilidade de uma política externa comum da União Europeia: embora Guterres fosse, desde o princípio, um candidato bastante forte, os nossos amigos da Europa de Leste alinharam três candidatos concorrentes; e a Alemanha alinhou uma candidata sua, correspondendo ao adágio popular, cada um trata de si, e Deus, de todos. Uma outra consequência (indirecta) da candidatura vitoriosa do aniversariante de hoje, é que foi só depois dela se concretizar que tivemos a certeza que o professor Marcelo se candidataria à presidência da República. Numa altura em que até Ferro Rodrigues se dispõe a votar nele (Marcelo), até parece um absurdo reconhecer que, se António Guterres não tivesse feito esta opção internacional, muito dificilmente Marcelo se teria atrevido a apresentar-se contra Guterres. E assim não teríamos tido este privilégio de ter esta presidência-espectáculo em Belém. Também por isso, parabéns António Guterres!
A caricatura foi retirada daqui.

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