22 junho 2022

O ASSASSINATO DO MARECHAL DE CAMPO

22 de Junho de 1922. Assassinato de Sir Henry Wilson (1864-1922), marechal de campo do exército britânico, que fora o chefe do estado-maior imperial (CIGS) desde Fevereiro de 1918, nos meses finais da Primeira Guerra Mundial, até Fevereiro de 1922. Wilson, que era de origem irlandesa protestante, foi assassinado por dois membros emboscados pertencentes à ala mais radical do exército republicano irlandês (IRA). Na altura, ao princípio da tarde, o marechal Wilson regressava fardado de uma cerimónia, e saía de um automóvel à porta de sua casa em Londres com a sua esposa, quando o alvejaram com 6 tiros. Dois policias e o motorista de Wilson foram também alvejados no processo de perseguição aos autores do atentado (Reginald Dunne e Joseph O'Sullivan), que acabaram capturados pelos transeuntes que os quiseram linchar. Além deles dois, no dia seguinte os serviços de contra-informação britânicos desencadearam uma operação entre a comunidade irlandesa de Londres, prendendo mais 18 suspeitos. Dunne e O'Sullivan escaparam ao linchamento popular, mas seriam condenados por assassinato e enforcados ainda em 10 de Agosto de 1922, sete semanas apenas depois do atentado. Mas o mais interessante em tudo isto, é perceber como, há 100 anos, um atentado terrorista desta dimensão, praticado em plena Londres, demorou quatro dias a ser devidamente noticiado pelo Diário de Lisboa (acima)! Comprovadamente, as pessoas sobreviviam sem aquela riqueza informativa dos dias de hoje.

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