14 janeiro 2020

A EPIFANIA TARDIA DE JOÃO MIGUEL TAVARES

A epifania aparece descrita na wikipedia como «um sentimento que expressa uma súbita sensação de entendimento ou compreensão da essência de algo». E é isso mesmo que parece ter acontecido a João Miguel Tavares depois da primeira volta das eleições internas do PSD. A vários concorrentes seus no ramo do opinismo político, os resultados apurados no fim de semana que findou deram-lhes imensos problemas de digestão, especialmente na Rádio Pepsamar. Todos parecem ter sido atingidos com uma mesma certeza prática que até deixará a ideia que bem se poderia dispensar a disputa da segunda volta do acto eleitoral. Montenegro já foi. No que concerne ao nosso opinador do Público, o único senão do valor da sua opinião será o facto da sua epifania ter surgido talvez um pouco tardiamente. Atrasada não apenas em relação a outra epifania do calendário religioso, a de Jesus Cristo, que se celebra a 6 de Janeiro e cuja data entre nós é mais conhecida por Dia de Reis, mas sobretudo porque a epifania de descobrir que Rui Rio é o melhor líder para o PSD (sic) só terá acometido João Miguel Tavares depois do escrutínio dos votos do serão de Sábado. Ele até pode dispor-se a explicar-nos muito bem porquê (o Rui Rio) mas a explicação já vem um bocadinho atrasada e, sobretudo, parece-me ser precisamente a mesma atitude que marcou o anedotário da cultura portuguesa quando se celebrizou por ser atribuída ao ex-jogador João Pinto e aos seus famosos «prognósticos, só no fim do jogo».

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