
Houve um episódio semelhante que decorreu em França entre Junho e Julho de 1944, que hoje é devidamente evocado mas também está conveniente esquecido nas suas responsabilidades e consequências. Ocorreu em Vercors, um remoto planalto esquecido do Sudeste da França (ver mapa acima), onde se acantonavam um conjunto de guerrilheiros que se evadiam ao controlo militar alemão. Designá-los por guerrilheiros é uma forma simpática de dar significado militar a um conjunto díspar de clandestinos combinando outro conjunto díspar de razões para ali terem ido parar. Em Março de 1944, eram apenas 300 a 400 homens, mas os números não tardaram a aumentar com a repressão alemã.

Isso fazia com que o agrupamento fosse mais disciplinado e também mais obediente às directivas oriundas do Governo Gaullista sedeado em Londres. Por isso mesmo também, eram abastecidos regularmente em armamento, munições e abastecimentos pelos Aliados, através de lançamentos em pára-quedas (acima). O Desembarque na Normandia de 6 de Junho de 1944 não foi um dia grande para a reputação da França combatente: entre as centenas de milhares de soldados norte-americanos, britânicos e canadianos que naquele dia foram aerotransportados e desembarcados para terras francesas, a própria França contribuiu com… os 256 fuzileiros do Capitão-de-Corveta Philippe Kieffer (abaixo).

Para além da 157ª Divisão de Montanha, os alemães utilizaram forças aerotransportadas em planadores para derrotar os guerrilheiros que resistiam, contornando as posições que haviam sido cuidadosamente seleccionadas pela sua superioridade topográfica. Em finais de Julho, a situação tornara-se insustentável, e o comandante local, o Major Huet, deu ordem aos seus homens para dispersarem, enquanto a repressão dos alemães se saldava, entre combatentes e não combatentes, em cerca de 800 mortos do lado francês, ou seja, uns impressionantes 20% do efectivo inicial. Quanto aos objectivos políticos da operação, para onde até fora criada uma bandeira apropriada (abaixo), foi um fiasco lamentável...

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