A primeira nota é para chamar a atenção que os países que têm o inglês como língua coloquial - Estados Unidos, Reino Unido, Canadá, Austrália - estão assinalados com uma cor azul neutra própria. Contudo e infelizmente, a cor escolhida não é suficientemente distinta da paleta de cores que servem para escalonar a competência dos restantes países, paleta essa que aparece abaixo do mapa. Para tornar a apreciação mais confusa, aqueles países para os quais não se possuem dados aparecem pintados precisamente dessa mesma cor supostamente neutra. Conclusão, se olharem para o canto superior esquerdo do mapa, aparece o Canadá ao lado da Gronelândia representados pela mesma cor, embora por razões completamente distintas: fala-se inglês correntemente no Canadá, e não existem dados para avaliar as competências em inglês dos habitantes da Gronelândia. Um outro aspecto que confunde o mapa é que há países que têm o inglês como idioma oficial, em que ele é empregue em circunstâncias oficiais muito precisas, como serão os casos da Índia, Nigéria ou África do Sul e que também aparecem avaliados no mapa acima. É que, nesses casos, o inglês não é uma língua estrangeira de comunicação, antes uma língua doméstica que sedimenta a coesão nacional. E há ainda outros países em que acontece precisamente esse mesmo fenómeno, como o Gana, a Tanzânia ou a Zâmbia e para esses não há dados. Mesmo feitas todas estas ressalvas, percebe-se que existe uma «mancha de competência» no idioma na Europa, especialmente no centro e norte do continente e... em Portugal. A comparação com o resto da Europa Latina é-nos favorável. É uma boa notícia e, por isso, não tem qualquer interesse jornalístico em Portugal (a notícia original é da revista The Economist). Quanto à panorâmica geral, as competências alcançadas por cada país dependem não apenas de uma vontade política em se internacionalizarem, como também da qualidade dos respectivos sistemas de ensino. Mas por detrás disso estará sempre e naturalmente, o carácter mais ou menos cosmopolita das sociedades. Só este último pode explicar, por exemplo, que um país como o Japão, aliado dos Estados Unidos desde 1945, tenha obtido nesta classificação uma classificação inferior à da Rússia e da China, que foram e continuam a ser rivais dos americanos desde essa mesma altura.
Não sei como é que o Economist reuniu dados para fazer este mapa-mundi... A minha impressão é que a proficiência do povo português em inglês é muito, muito reduzida - e completamente incomparável à proficiência do povo holandês. Os dois países deveriam estar com cores bem diferentes.
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ResponderEliminar«A minha impressão é que a proficiência do povo português em inglês é muito, muito reduzida...»
O melhor é alertar Zanny Minton Beddoes, a editora da The Economist. A revista tem uma circulação combinada semanal de 1.650.000 exemplares, mas o Luís Lavoura também «distribui» um número muito aproximado de comentários parvos nas redes sociais todas as semanas.
E nunca mais aquela revista se atreverá a publicar mapas que não estejam validados pelas «impressões» do Luís Lavoura!