República Árabe da Síria
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Desde há cerca de um mês para cá que, a cada semana que passa, parecem aumentar os protestos populares na Síria contra o regime do
Partido Baath,
instalado no poder desde 1970 e que foi liderado inicialmente por
Hafez al-Assad (1970-2000), e depois da sua morte, pelo seu filho
Bachar (abaixo). A acumulação de
incidentes já terá provocado mais de 170 vítimas mortais porém, no painel de destaques das notícias internacionais, aquilo que se passa na Síria mantêm-se noticiosamente marginal quando em comparação, por exemplo, com a situação na Líbia, que parece manter-se como
o destino predilecto dos enviados especiais…
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Embora os dois regimes tenham uma antiguidade semelhante (41 e 42 anos) e sejam igualmente impiedosos para com os seus opositores (recorde-se o esquecido episódio do
Massacre de Hama tratado neste blogue), as raízes da sociedade síria são muito mais antigas e ela é muito mais sofisticada e complexa do que a líbia. Assim, o protagonismo multifacetado de Gaddafi na Líbia é substituído na Síria pela especialização: enquanto o Líder Bashar al-Assad
acena com a cenoura prometendo reformas, o Ministro do Interior, General Saeed Mohammad Samour
ameaça com o bastão aqueles que quiserem protestar…
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Contudo, aquilo que parece ser mais espontâneo e genuíno – e por isso mais simpático... – nestas manifestações dos sírios é também aquilo que, paradoxalmente, estará a dificultar a sua cobertura noticiosa para o exterior: a esmagadora maioria dos cartazes empunhados aparecem normalmente escritos em árabe (acima e abaixo) e não no inglês de que os vídeos e as fotografias da informação mundial se habituaram a ser
alimentadas… No caso desta criança curda, ela até pode exibir bem alto a queixa que
a restituição da minha nacionalidade não põe fim aos meus sofrimentos¹, mas quantos de nós ocidentais a sabem ler?
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¹
Um dos actos conciliatórios recentes foi o de restituir a nacionalidade síria à minoria curda.
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