![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjfEIF62HEj3m7DrrKPg7e9w0lTFZ5x4rMHJIJEuSwIgVIXB_MvpgXfS1IrotDN_QS-A3er6-lcVO-Q9EY01OoaEjkq8_ZD2JDrgO1TD_2fe7sKAZyxSMJYjQwfKK2gDPjf7fBl/s400/ToniFrissell1.JPG)
A fotografia acima podia ter sido uma das mais poderosas imagens da Segunda Guerra Mundial não houvesse um pequeno detalhe (que só revelarei no fim…). A fotografia foi feita em Inglaterra e, a acreditar nos apontamentos que a acompanham, a criança foi a única sobrevivente de uma família que vivia numa casa que havia sido destruída num ataque aéreo que tivera lugar muito pouco tempo antes dela ter sido tirada.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiNUbIm9vuYuvSlVDvE8JdwOnYY6Hdm8jI7PBnJxcOOZQrGVo0SdLzO9ln-1_88M8WlNnYSKc2pE_gsd2QEKJmZRAPuo9XqD_BZmUUIgFZvWGnl2fPEZHPfpApDdIKLtKqOpmid/s400/ToniFrissell5.jpg)
O entulho que o rodeia é o que resta da sua casa. A continuar a acreditar na história, de entre os salvados alguém recuperou um boneco empalhado (horroroso, por sinal) que seria dela e que, quando entregue à criança, acaba por lhe conseguir mudar a disposição, conforme se observa pela sequência. A última, a do
final feliz, é, do conjunto das três, a fotografia mais conhecida e a favorita da autora, a norte-americana
Toni Frissell.
Toni Frissell (1907-88) era uma fotógrafa que se especializara em moda. Em 1941, com a entrada dos Estados Unidos na guerra, ofereceu os seus serviços como voluntária e algumas das
suas melhores fotografias datam desse período. Todavia,
Toni Frissell parece alguém que
vê mais do que
sente o que fotografa e isso será para nós mais evidente numa fotografia sua de 1946 tirada em Portugal e intitulada
Fado (abaixo).
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjtARwrKudK6UJTaqQaWolJyOD1Xr-wEd76bPP1F14EeND9wScMv4CoezI5VikS8oSTB-RRynXwfcY7R8MsCUWuSZNy6rUCMnd7eX5Lx1gFjFt91ig-Z9mRQX6HuawWa23t2D_s/s400/ToniFrissell3.jpg)
Será bonita, mas falta-lhe rigor e
alma... Não deixa, por isso, de ser um certo paradoxo que tenha sido a sua câmara a captar, na fotografia inicial, aqueles olhos assustados olhando
para cima como que numa interrogação muda das razões para o cenário que os rodeava. Tirada em plena
Blitz (1940-41), ainda por cima da autoria de uma americana (abaixo), a fotografia teria
arrasado do outro lado do Atlântico como peça de propaganda pró britânica...
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjCd5kMX7_fAAkK7f5Q87Cu1-ZRS4-V3y0gCKq9PThATGZsW9u9nDiGH1sG-wvvD129Y2Qk9DWBCubvUmEDyc4mZs05UUyyZl6xu9Q5JrBKcPOy_sxPx6XCAqR1iBVmfwK-KZmH/s400/ToniFrissell4.jpg)
Simplesmente a fotografia foi tirada já em 1945… A casa fora destruída num ataque aéreo, sim, mas a bomba vinha instalada na ogiva de um
foguetão V-2… Nessa época, para os esforços de propaganda aliada,
a maldade dos alemães já era um dado adquirido. Aliás, viria a receber em breve um
reforço adicional com as fotografias dos campos de concentração… A fotografia ficou para as evocações da Segunda Guerra Mundial (abaixo, aos 0:32).
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