![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEibtq0UJbf46STXCuCDQpOuEn50BJX3oTjL-VU-kyBoVf87pHKObN15UVcIcr3NB8_fhyphenhyphen105m71LXjNJ-vzKbybmvyclhS18-GPEVzCG7O8hJcWsQX5eJ33Yv0FCoEqu0WYQ-e4/s400/TianAnMenTanks.jpg)
Na sequência dos
incidentes de Urumqi, as agências noticiosas apressaram-se
a enviar os seus jornalistas para lá e, à falta de mais
frescas, fotografias como a de cima, tirada na Praça Tiananmen de Pequim em 5 de Junho de 1989, são retiradas dos arquivos para enfeitar as peças entretanto escritas a respeito
da brutalidade das autoridades chinesas. Porém, já ninguém parece dar importância
ao que se passa no Irão, a Ahmadinejad ou a Rafsanjani…
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjcs3ixbSTsVJbgg2cfwR-PVhjDnQDl3pa3SRoyVWWSQI07QBIln_1R9_sQqNB5Ugxg6Dt86fZl_eKSaZoKrbNXrZPoEI3Tr-Q1lwKrUkM5L6_iBfbwNvEPC8gHDbUNatYyCxOscA/s400/transum%C3%A2ncia.jpg)
Parece existir uma espécie de
transumância das indignações, que se alimenta das repressões dos estados autoritários (
alguns não...), e que tão depressa está em Rangoon na Birmânia quanto se muda para Teerão no Irão ou se instala em Urumqi na China, como é o caso actual. Onde chegam é preciso que haja uma enorme
riqueza de imagens para se produzirem opiniões tão
assertivas quanto
indignadas, normalmente assentes numa enorme
superficialidade de análise.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgTqUWU57mAUU5Z3g0YaPREZjqDXYkq4Zq7cKD51Trx3TJXUj0Z1OirbCr8IFC3c8HGyil0HICxBBsdj2aD31w3trETV_jZMzSbIeAFGPAgqIf436xPtX-CN35YQtuuCVviCzry/s400/ZhaoZhiang.jpg)
As consequências deste estilo de tratamento noticioso podem ser facilmente percebidas num par de exemplos. Se, a propósito dos acontecimentos de Tiananmen de há 20 anos, o reconhecimento da fotografia inicial deste
poste é quase automático, quantos chegaram a compreender depois a importância do papel motivador dos estudantes por parte de
Zhao Ziyang (acima) que os
usou para a sua luta interna dentro das estruturas do Partido Comunista Chinês?...
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhcedFpXc_xzHyQJoDcduySOYE5wnd5Nl5LlE701m6qx8WMVmXuy5adXbMd_mACQ5ncTwthdxOH4mbz_3AsL22bpS9apqHncs7EFpM1erIE-69ex1vcURRPd53ZEyjcXV4fq8I8/s400/MarquesdeLaunay1789.jpg)
Ou então, vamos supor que a fotografia já fora inventada em 1789 e que os acontecimentos de 14 de Julho desse ano em Paris eram devidamente cobertos por repórteres fotográficos… Possivelmente e pelos padrões actuais da relevância jornalística, a fotografia emblemática da
Tomada da Bastilha, arriscar-se-ia a ser – como se vê na gravura acima – a da cabeça do seu último governador, o
Marquês de Launay, pendurada da ponta de uma lança...
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