Um critério eficaz para definir a importância informativa de uma boa catástrofe costuma ser o número de vítimas que provocou. Contudo, existe também uma outra regra que complementa essa, baseada na geografia do local do acidente, e que estabelece (em valores empíricos) que uma a duas vítimas de um acidente doméstico equivalem a umas 6 em França, 12 na Rússia, 24 no Brasil e para aí umas 60 na Índia…
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEijiP533PwijciNWNt3530R1GUhuNnd7MQsWefTydv9PqabJOBysHa5SnKzBxLHOPQ6vSw9XG8O2XCHpjIY2kSWmgb7B6okLJ3Axu6fxZyCEhMZ8VZ0D1Zgq6MiTWkCqr37BC83/s400/PortChicago.jpg)
Mas não deixa de ser paradoxal que algumas das mais
espectaculares catástrofes se tenham produzido em épocas em que a agenda noticiosa mundial estava
saturada: durante os grandes conflitos mundiais. A ocasião tornava-se propícia. O tráfego de material militar (como munições e explosivos) aumentava desmesuradamente, ao mesmo tempo que a qualidade dos operadores dos portos, por causa dos entretanto recrutados, diminuía.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgV53A36HyjztGbj3VO7CYVuQ8BpX3hkBCGNbkC-IC7dzRnmfBlsdMQ6tGsodl9je_c_NaxSb5N1Pwcbf39_qNAI-JmmK-dGV4KFufdihNsyLyPpCkzPva9mkGr3NS9LwQZwc-z/s400/FortStikine.jpg)
Não só existia uma tendência natural para abafar os acontecimentos (veja-se a nota do canto superior esquerdo da fotografia inicial), como as notícias das frentes de combate assumiam naturalmente o protagonismo noticioso,
abafando a notoriedade destas catástrofes da retaguarda. E é assim que hoje quase ninguém sabe que em Julho de 1944, em Port Chicago na Califórnia (inicial),
uma explosão matou 320 marinheiros e estivadores.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhu8-1NyKSqs_hNH1NCsvWglvUBSQQpJlbEUma2f4Mr5IHLvTL1arshfefMh9BQkiYrNA29rRi5lsy1J3-GHLu4EsGs8FLCNqzAaXZtRkLJNUo43C3HfPZlT0uwyTe__FjjRrd3/s400/Halifax2.JPG)
Três meses antes, em Abril de 1944,
houvera uma outra explosão no porto de Bombaim na Índia (fotografia central) que matara cerca de 800 pessoas. O incidente fora abafado. Mas o
recorde destes colossais acidentes de estivagem vai para a explosão (no mapa acima) que em Dezembro de 1917
destruiu praticamente o porto canadiano de Halifax causando 1.950 mortos. Como se lê abaixo, nessa época a censura ainda não era tão eficaz…
Passei apenas para te deixar um beijo. Apeteceu-me. Há já muito que não te brindo com uma parvoíce das minhas.
ResponderEliminarDe caminho li o post que achei muitíssimo curioso. Aliás, como é costume.
Beijos.
Pois eu cá vou seguindo a tua preenchidíssima agenda socio-cultural de lançamento em declamação, intervalados por leituras, muitas e rápidas.
ResponderEliminarBj.