Este poste é pretensioso porque pretende ter conteúdo pedagógico. O senhor da imagem do lado é russo, chama-se Mikhail Khodorkovsky e já foi colossalmente rico. Agora é um preso, que foi julgado em tribunal, com grande publicidade, e aquelas grades a rodeá-lo. Qualquer coisa parecida com Belmiro de Azevedo em Custóias.O destino da sua, outrora colossal, empresa petrolífera, Yukos, será decidido no próximo dia 28 de Março. Nas palavras de Tim Osborne, director da GML (a sociedade holding que detém 53% do capital da Yukos): “pelas evidências, o governo russo quer a morte da Yukos. Os administradores (da massa falida) agiram segundo instruções vindas de cima. Mas nós não estamos dispostos a aceitar isso.”
Khodorkovsky chegou a ser considerado o homem mais rico da Rússia, mas deve ter entrado em rota de colisão com o presidente Vladimir Putin. E o governo russo arranjou à Yukos um processo por evasão fiscal que a mandou directamente para a falência. Entretanto não houve sinais de mais preocupações com as situações fiscais das suas concorrentes.
A queda de Khodorkovsky pode servir de demonstração aos que andam mais distraídos, e que acham que a democracia e a liberdade são valores adquiridos nas sociedades modernas, ao que é que um poder político autocrático pode fazer quando confrontado com o poder económico, mesmo que se trate do homem mais rico do país.
Há modelos económicos, liberais, onde as virtudes do mercado se impõem, mas eles só funcionam bem em democracias. E as democracias costumam reagir muito mal ao aumento das assimetrias sociais com os pobres cada vez mais pobres e os ricos cada vez mais ricos.
Se os ricos não se preocuparem com os pobres, as democracias fragilizam-se e tendem a acabar. Em autocracia, os pobres podem continuar pobres, mas, como se vê por este caso, até pode acontecer que os ricos fiquem pobres… Em autocracia, quando o mar bate na rocha, pobre ou rico é mexilhão...
Um erro de agulha deu em choque e descarrilamento quando, com uma "pequena" contribuição para a campanha eleitoral, em vez de ambições políticas, tudo se podia ter resolvido!
ResponderEliminarQuem não sabe...