![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg_fTPm86KYwleSMhhiX7Z1Urw0Fo4-0uYQ1JN9ncJ3vS_1b5lXIVZI-erzU5HtQ5PjyqsRZDEfI5SDi2KDYMsfA5nPFfc5LmPXb5EEVk2bm8P7LMJbI9WIpCBsKAZTD6TtyCOy9A/s280/Whiskyontherocks1.jpg)
Ainda a propósito de um acontecimento de há uns dias atrás
a que aqui me referi no fim-de- semana passado e que foi noticiado nalguns sítios com toda a
incompetência imaginativa de descrever
um submarino inglês a dedicar-se a uma abordagem – ainda que involuntária – de terras escocesas, lembrei-me de um outro incidente semelhante, mas muito mais sério, quando há 29 anos e também por esta época, um submarino soviético apareceu subitamente
encalhado nas costas suecas, a cerca de dois quilómetros apenas da
mais importante base naval daquele país…
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgUsQAWrMesqA_EYGs3A7Vy8AJJY2rawQig92BKGlFMgm4DzwEWcpvt0KT_eFHDWSW__y5wzx4Hkc7CKhwnWz6ODBn8ky4dqGE7XdgGRYN6fIx0BdP13i5E9rPIkXjgNVY-u6EY4Q/s280/BalticoGuerraFria.jpg)
Sendo a Suécia totalmente banhada pelo Mar Báltico, convém relembrar como era a situação estratégica naquela região marítima em 1981, em plena
Guerra-Fria. Dos oito países ribeirinhos, havia três que pertenciam à
NATO (Noruega, Alemanha Ocidental e Dinamarca), outros três pertenciam ao
Pacto de Varsóvia (Alemanha de Leste, Polónia e União Soviética) e mais dois assumiam-se como neutrais (Finlândia e Suécia). Ora um submarino de uma das
facções a ser apanhado em flagrante a
espiar um dos neutros não projectaria decerto uma imagem
simpática dessa
facção…
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgXLiPpYo7kv-KJWqeazFSc49HQKvL9PiZxSNyHd1c9XQVWw9YQy_TiasHCDMTW3kY718t8G2dzwGcnkDh7uf050hL2HpmNt27-PjxQKhuo-RzZxA1TCYwCg9JCCP6KCYveVZJkwA/s280/WhiskeyontheRocks2.jpg)
Mas, por outro lado, o episódio também não
enaltecia a eficácia militar dos suecos, porque o submarino estivera encalhado durante 18 horas a tentar sair da situação pelos próprios meios antes de alguns pescadores civis – apesar da proximidade da base… – terem dado por ele. Mas o aspecto ridículo e cómico da situação desapareceu subitamente quando uma frota de navios da
Marinha Soviética acompanhando rebocadores se apresentou ao largo das águas territoriais da Suécia, mostrando a intenção de resgatar, eventualmente pela força, a unidade acidentada e a sua tripulação.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEin1dILmTsTa94XcN8sa27cFwa7B4fnlfxWxkMTkPS8JigsKV9fq5Dy8yJDbAOAyCIRl110ALdYQhYTwLSEf3k2hc17tAPDcKgXNM7-QC7CsEDNfPwMNp-1tbZs0NQIx2nqymhR7Q/s280/WhiskeyontheRocks6.jpg)
A intenção demonstrada pelos suecos de ripostar proporcionadamente a essa demonstração de força fez os soviéticos recuar perante um conflito militar que a sua diplomacia sabia que se tornaria num
desastre de relações públicas à escala Mundial. Seguiu-se depois uma fase de intensas negociações entre as partes. Eliminadas as possibilidades de conseguir resgatar o submarino de surpresa ou à força, as vantagens estariam agora todas do lado sueco: era a parte
ofendida e o passar do tempo corria a seu favor. Um dispositivo de segurança foi montado à volta do local do incidente…
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