Vários factores concorrem para que eu goste de Carlos Queirós: em primeiro lugar porque é meu conterrâneo, depois porque parece ser bom naquilo que faz ao mesmo tempo que é extremamente sóbrio na forma como o assume e, finalmente, porque tem a invejável capacidade de, sendo um alvo incontornável dos jornalistas da informação dita desportiva, lhes responder com uma atitude de paciente indiferença. É vê-lo a falar, imperturbável diante da chusma dos imbecis do microfone, debitando um monólogo sobre o tema quente daquela altura sem que dali nada saia que se possa aproveitar para manchete de jornal…
Claro que o preço que ele tem de pagar por esta última qualidade é o de ser detestado quase unanimemente pelos membros da dita confraria desportiva portuguesa, que, em contraste, mostram um respeito reverencial por outros homólogos de Queirós que se mostram mais expansivos como serão os casos de José Mourinho ou de Luís Filipe Scolari. Como quaisquer imbecis ignorantes, a confraria está convencida que a qualidade do trabalho de treinador, como a de um maestro que dirige uma orquestra, se apreciará pela exuberância com que se manipula a batuta no dia em que se realiza o concerto…
Ainda na Terça-Feira desta semana, o editorial do Público, assinado por José Manuel Fernandes, chamava a atenção para duas espectaculares manifestações desportivas que tinham tido lugar no Domingo anterior (a Final do Torneio de Ténis de Wimbledon e o Grande Prémio de Fórmula 1 disputado em Silverstone, Inglaterra), e comparava-as com o conteúdo das primeiras páginas dos 3 jornais desportivos (A Bola, Record e O Jogo) de Segunda-Feira que evidentemente reservaram ainda todas as manchetes para o tema da peixeirada do Conselho de Justiça que acontecera na Sexta-Feira anterior…
Quanto à selecção de manchetes, um director de jornal será uma das últimas pessoas a possuir moralidade para criticar a prática alheia. O Público não é excepção e, pelas suas pretensões, o seu director devia ainda ser mais criticado. Contudo, a falta de moralidade do crítico não nos deve fazer esquecer o teor da crítica, mais do que justa, a expor quais são os verdadeiros temas menores a que se dedicam um certo tipo de sub-jornalismo, protagonizado por profissionais que geralmente não são muito melhores e que se reclama monotemático (o tema devia ser o desporto…) mas de uma forma que é obviamente fraudulenta.
Naquilo em que o tal jornalismo desportivo português é inultrapassável, no detalhe dos acontecimentos acessórios, parece confirmar-se que o grande problema associado ao facto de Carlos Queirós vir a assumir o cargo de seleccionador nacional parece ser o do seu principesco ordenado… Mesquinhos, incompetentes e desonestos, a confraria dos amigos de Queirós esqueceram-se de comparar os alegados € 1,5 Milhões anuais que irá receber, não só com o que Scolari já ganhava (sensivelmente o mesmo), mas também com o valor da proposta de renovação que Madail terá feito a este último*…
* Segundo estes dados, os três treinadores mais bem pagos actualmente (em milhões de € por ano) são José Mourinho (8,75 - Inter), Luís Filipe Scolari (6,9 – Chelsea ) e Arséne Wenger (5,6 – Arsenal).
Ainda na Terça-Feira desta semana, o editorial do Público, assinado por José Manuel Fernandes, chamava a atenção para duas espectaculares manifestações desportivas que tinham tido lugar no Domingo anterior (a Final do Torneio de Ténis de Wimbledon e o Grande Prémio de Fórmula 1 disputado em Silverstone, Inglaterra), e comparava-as com o conteúdo das primeiras páginas dos 3 jornais desportivos (A Bola, Record e O Jogo) de Segunda-Feira que evidentemente reservaram ainda todas as manchetes para o tema da peixeirada do Conselho de Justiça que acontecera na Sexta-Feira anterior…
Quanto à selecção de manchetes, um director de jornal será uma das últimas pessoas a possuir moralidade para criticar a prática alheia. O Público não é excepção e, pelas suas pretensões, o seu director devia ainda ser mais criticado. Contudo, a falta de moralidade do crítico não nos deve fazer esquecer o teor da crítica, mais do que justa, a expor quais são os verdadeiros temas menores a que se dedicam um certo tipo de sub-jornalismo, protagonizado por profissionais que geralmente não são muito melhores e que se reclama monotemático (o tema devia ser o desporto…) mas de uma forma que é obviamente fraudulenta.
Naquilo em que o tal jornalismo desportivo português é inultrapassável, no detalhe dos acontecimentos acessórios, parece confirmar-se que o grande problema associado ao facto de Carlos Queirós vir a assumir o cargo de seleccionador nacional parece ser o do seu principesco ordenado… Mesquinhos, incompetentes e desonestos, a confraria dos amigos de Queirós esqueceram-se de comparar os alegados € 1,5 Milhões anuais que irá receber, não só com o que Scolari já ganhava (sensivelmente o mesmo), mas também com o valor da proposta de renovação que Madail terá feito a este último*…
* Segundo estes dados, os três treinadores mais bem pagos actualmente (em milhões de € por ano) são José Mourinho (8,75 - Inter), Luís Filipe Scolari (6,9 – Chelsea ) e Arséne Wenger (5,6 – Arsenal).
Eu "sabia"... tinha de haver alguma coisa mais a "ligar-me" a este blog! :)
ResponderEliminarEu também gosto do Carlos Queirós! Não só por algumas coisas que diz, mas também por muitas outras que a seu tempo aparecerão!
:)))))
afinal é de nampula? UM blog macua?
ResponderEliminar(belo post)
Penso que apesar de tudo Mourinho está algo a mais neste post. É um treinador muito competente, mesmo que como pessoa seja um idiota.
ResponderEliminarQuanto às comparações de JM.Fernandes valem exactamente o mesmo que JM Fernandes vale:nada.
Do ponto de vista futebolístico agrada-me Queiroz pela simples razão que finalmente após 14 anos ir-se-á ter um treinador que de facto irá treinar e criar um modelo de jogo onde as pessoas tenham uma ideia do que andam a fazer.
Por oposição aos modelos de jogo baseados em santas no Balneário e murros em sérvios, ou dos modelos alhos cabalísticos no balneário e outras invenções cientificas do mesmo tipo.
Quanto à questão do ordenado apesar de ser obscenamente alto, é um ordenado mais bem pago a Queiroz, especialmente porque se irá conseguir ver trabalho, coisa que com o seu antecessor não se viu.
Portanto agora irá pagar-se uma quantia por alguém que trabalha, por oposição a quem esteve cá 6 anos a fingir que fazia alguma coisa.
Portanto esta mudança é boa.
Dissidente - x
Pelo menos, JPT, se não posso garantir que o blogue seja macua, o autor é de Nampula, nascido no tempo em que o macua era o segundo idioma mais falado (a seguir ao português) no Portugal Continental, Insular e Províncias Ultramarinas de então.
ResponderEliminarO meu pai era um - não sei se a transcrição estará correcta -mkunha murrupáli.
Suponho, JPT, que o macua se mantenha o idioma materno mais falado em Moçambique, não?
Em rigor, Maria do Sol, lembro-me de uma ocasião em que vi Carlos Queirós possesso: em 93 ou 94, depois do jogo Itália x Portugal que ditou a nossa eliminação, onde disse das estruturas da FPF aquilo que Maomé não disse do toucinho...
ResponderEliminarRepare Dissidente que o poste tem o título de "Carlos Queirós" mas trata sobretudo da "fauna" que gravita à volta do futebol à procura de assunto... e que não gosta dele.
A eles e em rigor, não interessa nada a competência de Mourinho desde que ele lhes dê assunto... e dá. Tanto que até provoca ciúmes em Santana Lopes.
o macua é a língua mais falada aqui, presumivelmente mais do que os 10 milhões que aí estamos, já. Zambézia, Cabo Delgado, Niassa e, claro, Nampula (também a província de maior crescimento)
ResponderEliminarE claro, percebe-se agora que aqui é ablog murrupáli (a grafia muda muito consoante as regiões e variantes, eu habituei-me a dizer a escrever olupale (variante meto, de cabo delgado))
Quando Queirós estava no Real Madrid deu cá uma entrevista (vem cá muito, família, amigos e negócios). O Título de primeira página era "o macua galáctico". Uma simpatia