08 julho 2024

«GANDA CAPA. GRANDE VERDADE.» ENORME FIASCO. DESCOMUNAL PIRUETA.

Não me costumo referir por aqui às actividades dos blogues da vizinhança, mas hoje creio justificar-se a excepção, tanto mais que o autor do blogue em causa até dá na televisão. E aquilo para que quero chamar a atenção é para a descomunal pirueta que foi protagonizada pelo autor do blogue em pouco mais de uma semana. Ainda na semana passada Seixas da Costa socorria-se da - inspirada - capa da The Economist para subscrever a tese que o centro político em França iria colapsar. A culpa era do Macron, mas isso já não tinha nada a ver com as opiniões da The Economist, é apenas uma implicação antiga e persistente do embaixador-comentador com o presidente francês. Se ontem terá sido um dia muito feliz para o comentador-embaixador, porque ganhou o seu clube, colateralmente as previsões de Francisco Seixas da Costa a respeito do enterro do centro político francês e de Emmanuel Macron mostraram-se manifestamente exageradas como o havia sido a famosa notícia da morte de Mark Twain. O que os profissionais do palpite costumam fazer nestas ocasiões é ignorarem o assunto, fingirem que não tinham dito nada, mudarem de tema. Ora o bom do nosso embaixador ignorou a gaffe, esqueceu-se do que dissera, mas não mudou de tema. E ainda por cima, fá-lo depois das eleições, para enfatizar - «uma coisa que tem sido pouco dita» - que muitos dos eleitos do centro político («macronistas e LR») devem a sua eleição à desistência dos candidatos de esquerda. Eu não sei quantos foram, teria sido bem melhor e mais intelectualmente honesto que Seixas da Costa os tivesse contado, nem que fosse para comparar esse número com o número de deputados de esquerda eleitos que «devem esse resultado à desistência dos candidatos do centro». Tenho a certeza absoluta que nesse jogo eleitoral táctico contra o Rassemblement National nenhum dos blocos fez um favor ao outro, nem ninguém se terá mostrado mais generoso do que o antagonista.

Como se depreenderá, ontem interrompi o acompanhamento das eleições francesas nos canais franceses e vim ver o que estava a acontecer nos canais informativos nacionais. Num deles pontificava Seixas da Costa a celebrar umas coisas de cachecol posto e a esquecer-se de outras que ele vaticinara. No caso, e em contraste com a atitude dele, eu não tenho qualquer pudor em admitir que ter vindo ver os canais nacionais foi uma péssima decisão e que me enganei redondamente.

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