29 de Abril de 1960. Uma notícia na secção especializada do jornal desse dia dava conta de uma iniciativa da construtora francesa Simca, promovendo uma prova de economia nos Estados Unidos de um dos seus modelos mais atractivos para esse mercado. Tratava-se de um período em que as marcas francesas se mostravam de uma grande agressividade comercial: numa outra página desse mesmo jornal a Citroën anunciava o seu emblemático 2CV em versões de Luxo (41.500$) e Grande Luxo (43.900$). A ideia de chamar a atenção do consumidor americano para a a economia dos consumos das viaturas da Simca (6,2 litros aos 100 km) era conceptualmente bem fundada, porém prematura. A preocupação do automobilista americano de 1960 concentrava-se noutros detalhes que não a questão do custo do combustível. E isso era evidente no contraste estético entre o Simca-Étoile que realizara o teste e a viatura que arrebatara o gosto da América no ano anterior: o Cadillac Coupe de Ville e a sua também emblemática traseira em rabo de peixe (abaixo). O nome também era francês mas era só isso: o consumo era o dobro do Simca: 13,8 litros aos 100 km (!). Mas não seria factor que parecesse incomodar o automobilista americano típico. Nem a Simca, nem a Citroën, nem a Renault ou a Peugeot vingaram naquele mercado. Só dali por 13 anos, com a crise petrolífera do Outono de 1973, é que nos Estados Unidos se passou a prestar atenção ao que custavam os combustíveis. Mas nessa altura já as marcas francesas se haviam dispersado por outros lados. Foram sobretudo as marcas japonesas a aproveitar a ocasião em que os automobilistas americanos se interessaram finalmente por carros económicos.
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