21 abril 2020

BARRIL DO PETRÓLEO A PREÇOS NEGATIVOS!!!

Eu nunca sonhei assistir a uma cena como esta, em que a cotação do barril de petróleo colapsou dos 18 dólares até aos 38 dólares negativos. Conhecer, ainda que por alto, as questões do comércio mundial do petróleo, nomeadamente o facto de a sua cotação ser estabelecida por barril (159 litros), foram uma novidade do Outono de 1973, quando os países membros da OPEP (Organização dos Países Produtores de Petróleo) impuseram um embargo às maiores economias do mundo ocidental, desencadeando uma crise económica. Desde aí, a cotação do barril de petróleo é um dos indicadores que tem sido por vezes causa, mas mais frequentemente consequência, dos ciclos da economia global. Mas nunca nestes 47 anos a cotação chegou a um valor negativo, ou seja, o (aparente) absurdo de serem os produtores a terem que pagar para que alguém lhe compre o petróleo - como se explica na notícia do The Guardian o absurdo é só aparente: sem haver consumo, aquilo que se tornou mais precioso em todo o tradicional circuito logístico do petróleo são os pontos de armazenamento, que neste momento estão saturados. Recorde-se que o barril de petróleo chegou a ser transaccionado a 69 dólares em Janeiro deste ano, antes da pandemia. Ontem, também pontualmente, chegou a propor-se que alguém recebesse 38 dólares, para ficar com um deles no próximo mês...

3 comentários:

  1. Esta conjuntura vem mostrar que o Mundo, a transformar-se, não será por vontade dos lideres políticos, ou por tímidas alterações de comportamento, com prosperidade. Atente-se ao que a crise sanitária já fez pela redução de emissões de gases com efeito estufa. E também relevante ver como este ciclo envergonha o impacto da crise económica dos défices públicos.

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  2. Que me tenha apercebido, «a crise sanitária» não reduziu emissões nenhumas, não fez nada por ninguém. Ou melhor, a ter feito, foi ter provocado a morte a 175.000 pessoas por esse mundo fora, de acordo com as compilações mais recentes.

    O que a RESPOSTA à crise sanitária trouxe como consequência indirecta foi a tal "redução de emissões de gases com efeito estufa". O objectivo principal é salvar vidas. Mas aí, como no resto do que escreveu, parece-me que vai uma grande confusão. A começar por estar a confundir objectivos com subprodutos: quando se serra um tronco de árvore é para fazer tábuas, não para produzir serradura...

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