Desta vez, comecemos pelo fim, pela minha convicção que o tão apregoado movimento encabeçado por Miguel Morgado para reunir as direitas não vai a lado nenhum. Esse prognóstico de fracasso não implica que o projecto me incomode, porque estou plenamente convicto que as urnas vão tratar dele. Se até aí eles chegarem... Irrita-me sim no entrementes e em primeiro lugar, o facto do movimento andar a ser levado ao colo pela comunicação social, sem que haja razões objectivas que o justifique. Depois do Livre, da Aliança, satura. Irrita-me sim, em segundo lugar, pelo movimento se querer disfarçar daquilo que não é, ao andar a invocar (em vão) a data de fundação da Aliança Democrática, como princípio fundador da "coisa". 5.7 é uma data antiga (Miguel Morgado ainda ia fazer cinco aninhos) mas trata-se sobretudo de uma aldrabice. O Observador bem se esforça mas a AD não se assemelhava ao que agora estes pretendem (dos três senhores em primeiro plano na fotografia acima, dois estão vivos; perguntem-lhes). Seria muito mais honesto trocar o 5.7 pelo 16.5 (de 2015), data de fundação do PàF. E, por ter falado em "coisa", irrita-se ainda, pelos silêncios que acompanham a sua génese. Por uma vez, Vasco Pulido Valente, que é conhecido por ter opiniões sobre tudo, desde a flatulência à bomba atómica, e que neste caso a respeito da data 5.7 pronunciar-se-ia realmente ex cathedra a respeito do tema (apreciemo-lo destacado na fotografia acima, no core business da cerimónia), estranho-o muito pela exuberância de não ter escrito até agora a ponta de um corno sobre o Miguel Morgado e os amigos dele. Aquilo que se deve valorizar mais na prosa de Vasco Pulido Valente são os disparates que ele se abstém de escrever.
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