26 de Março de 1979. Nos jardins da Casa Branca em Washington, tem lugar a cerimónia da assinatura oficial do Tratado de Paz entre o Egipto e Israel (acima). O presidente dos Estados Unidos de então, Jimmy Carter (1924- ), serve de anfitrião e os signatários são o presidente Anwar Sadat (1918-1981) do Egipto e o primeiro-ministro israelita, Menachen Begin (1913-1992). Em consequência do Tratado, Israel comprometia-se a devolver faseadamente o território egípcio que ocupara durante a Guerra dos Seis Dias em 1967. Nem de propósito, ontem foi a vez do longínquo sucessor de Carter, Donald Trump (1946- ) assinar por sua vez uma declaração reconhecendo oficialmente a soberania israelita sobre os montes Golã, que os israelitas conquistaram à Síria nessa mesma guerra de 1967. Presente com Trump estava o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu (1949- ), mas, naturalmente, não havia nenhum representante sírio... Pelo contraste das suas cerimónias percebe-se com nitidez quanto os Estados Unidos se tornaram agora num actor da cena internacional diferente, perigosamente diferente, porque descaradamente parcial... Ou, como alertava o matemático Ian Malcolm (Jeff Goldblum) no filme Parque Jurássico, a supremacia norte-americana é tão evidente que os protagonistas da Casa Branca parecem ter-se esquecido da distinção ética entre a capacidade de poder fazer algo e a sabedoria de saber se o deve fazer...
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