10 novembro 2014

AS INDULGÊNCIAS E AS COINCIDÊNCIAS

Falei nele há uma semana por causa da nossa tradicional indulgência portuguesa e referi-me a Miguel Veiga porque, personagem secundaríssima do nosso firmamento mediático e mesmo que plagiador devidamente condenado, alcançara o direito à remissão daquele pecado e até mesmo ao destaque na primeira página do Expresso da semana passada a pretexto de uma entrevista dada por si àquele jornal. E hoje, imagine-se, acontece-lhe precisamente o mesmo no Público (acima, à direita). Outra oportuna entrevista! E, ou nos resignamos a acreditar em coincidências, ou torna-se pertinente perguntar por conta de quem é que esta figura consegue ser catapultada assim para as primeiras páginas de dois dos nossos jornais de mais nomeada, porque sabe-se quanto é difícil a alguém secundário fazê-lo. Bem sei que uma semana pode parecer uma eternidade em certos meios, mas nem todos viveremos pelos relógios dos profissionais da comunicação. A leitura do conteúdo das declarações das duas entrevistas será capaz de nos dar uma boa ideia de quem serão os mandantes de Veiga e o que se pretende com as suas opiniões. Mas episódios destes dão-me imensa vontade de rir quando a classe dos jornalistas fala da independência da comunicação social... Especialmente quando quem emite essas opiniões forem pessoas de pose convencida e assertiva, exemplo cuspido de uma Clara Ferreira Alves, nem por coincidência (outra!) a autora da entrevista do Expresso.

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