08 julho 2014

O QUE SE QUER E QUANDO

Entre as manifestações que varreram a América dos finais dos anos 60 contam-se as que contestavam a guerra do Vietname, onde a cenografia era os manifestantes responderem às perguntas-palavras de ordem do organizador que empunhava um megafone: - What we want? Peace!¹ – respondiam as senhoras da foto acima com aquele ar de poucos amigos. - When we want it? Now!¹ Pelo seu ar percebe-se que elas não estavam ali para brincar em serviço. A gramática estabelecida ao longo daquela década de contestação estabeleceu que o que se vinha exigir para a Rua tinha que ser sempre premente. Se não o fosse, a cobertura noticiosa aborrecia-se e mudava-se para outro assunto, quiçá a próxima reivindicação.
A visita a Portugal de Filipe VI – a segunda do monarca, depois da do Vaticano, significativo da importância pelo menos protocolar que se atribui ao nosso país – foi pretexto para eu me recordar como há coisa de um mês havia um momento que se anunciava imparável nas ruas das cidades espanholas (acima) exigindo um referendo à monarquia. Hoje, a consulta às datas das referências a esse assunto nas páginas da informação espanhola do Google demonstra que, pelo menos nesse meio, o referendo praticamente terá saído da agenda. Ou seja, quase cinquenta anos transcorridos, verifica-se que os princípios acima enunciados se mantêm. E que, para os contrariar, até António José Seguro conhece tais princípios
¹ O que é que nós queremos? A Paz! Quando é que a queremos? Agora!

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