Abaixo podemos observar um mapa do Império Romano. Os mapas daquele período costumam ser sempre assim. Para o interior das fronteiras do Império dispõe-se sempre de informação, seja a localização das cidades principais, as divisões administrativas das províncias ou o traçado das estradas e muralhas militares. Mas quanto ao exterior, não se sabe quase nada, eram as regiões onde viviam os bárbaros. Nesse mapa está desenhado um rectângulo a vermelho que constituirá a moldura do mapa que aparece mais abaixo, e que destaca as regiões fronteiriças que o Império Romano possuía na metade ocidental da Europa continental.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhuNUFYCeFXBvirOuBGxiZ1NrbutaCHZj8gY8CHZEcVzByy0cyp9UXEyo4G2UXeY07CVNIHQbiSut2RjsgOWKD8oMZil1k_mwfVbEWF-8-qQkXa4T-W01Y7kwxUR7B-xMyaYglq/s280/Imp%C3%A9rioRomano180dC.JPG)
É nessa região europeia que as pessoas que empregam idiomas de matriz neo-latina (como o francês ou o italiano) são vizinhas daquelas que usam os de matriz germânica (é o caso do alemão e do neerlandês). Por causa da histórica rivalidade franco-alemã a questão do traçado dessa
fronteira virtual sempre teve uma importância primordial na História da Europa. No mapa abaixo, regressa-se à configuração das fronteiras do Império Romano e sobrepõe-se qual o tipo de idioma, neo-latino (vermelho) ou germânico (azul) que, desde o Século IX até à actualidade, são empregues pelas populações que habitam essas regiões.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgXUOHfMfhYYZGY9k4A-kirby_dnsZdUEa3lewrPB5bxGUVnf8lC1-VCH8seLfaZG998GbWlD1MP-Ef4CUqVI9u-It4C6l0ZhMrQXibo9ld24JU5_Uj7UXo73IL6-LuwmJY2qA7/s280/EuropaLatinaGerm%C3%A2nicaS%C3%A9culoV.JPG)
É visível que as variações no traçado da
fronteira linguística nos últimos doze Séculos (clicar no mapa para o ampliar) terão sido muito pouco significativas. E a dificuldade em deslocar esse traçado permite-nos especular se, no tempo do Império Romano, alguma vez ele terá chegado a corresponder à fronteira política entre o Império e os
bárbaros, o que parece improvável. Mais provavelmente, e pelo critério do idioma, desde o tempo da conquista da Gália (Século I aC.) terá havido milhões de germanos que não eram
bárbaros. Só por conveniência da propaganda política e da simplicidade histórica é que depois se equipararam uns aos outros…
Sem comentários:
Enviar um comentário