O que há a realçar nestes dois vídeos sobre uma notícia do deslocamento do eixo da Terra na sequência do recente terramoto do Chile, é a normalidade da peça televisiva, a que não faltará até a entrevista ao cientista para explicar a matéria. Haverá quem esteja a ler o poste e ainda se lembre dessa notícia, que foi dada logo no princípio deste mês (a 2 ou 3 de Março) e que remetia, como chancela de qualidade, para a NASA como sua fonte. Mas também se tornou normal e, mais do que isso, típico da forma como estas notícias costumam ser geradas, que a notícia esteja afinal muitos centímetros distante da verdade…
É que não foi observado nenhum deslocamento de oito centímetros no eixo da Terra, nem foi cronometrada qualquer redução de 1,26 microsegundos na duração do dia terrestre. O que se pode ler no site original (o tal da NASA...) é que houve um cientista chamado Richard Gross que usou um modelo matemático para calcular de que forma o recente terramoto poderá ter afectado a rotação do planeta. E que as conclusões dos cálculos preliminares usando esse modelo apontam para variações que poderão chegar a ser as dos valores mencionados nas notícias postas a circular entretanto pela informação mundial...
É preciso ter má-fé ou ser-se analfabeto para não se conseguir perceber que, antes de ser validado pela observação científica dos fenómenos que pretende reproduzir, qualquer modelo é… apenas um modelo, não é a realidade. Foi para validar alguns aspectos da Teoria Geral da Relatividade de Einstein, por exemplo, que o britânico Arthur Eddington esteve na ilha do Príncipe em 1919 para observar o eclipse total do Sol que aí teve lugar a 29 de Maio, cujas observações a confirmaram. Com o jornalismo actual as coisas passar-se-iam ao contrário: as manchetes anunciariam antecipadamente quais as observações de Eddington!
É que não foi observado nenhum deslocamento de oito centímetros no eixo da Terra, nem foi cronometrada qualquer redução de 1,26 microsegundos na duração do dia terrestre. O que se pode ler no site original (o tal da NASA...) é que houve um cientista chamado Richard Gross que usou um modelo matemático para calcular de que forma o recente terramoto poderá ter afectado a rotação do planeta. E que as conclusões dos cálculos preliminares usando esse modelo apontam para variações que poderão chegar a ser as dos valores mencionados nas notícias postas a circular entretanto pela informação mundial...
É preciso ter má-fé ou ser-se analfabeto para não se conseguir perceber que, antes de ser validado pela observação científica dos fenómenos que pretende reproduzir, qualquer modelo é… apenas um modelo, não é a realidade. Foi para validar alguns aspectos da Teoria Geral da Relatividade de Einstein, por exemplo, que o britânico Arthur Eddington esteve na ilha do Príncipe em 1919 para observar o eclipse total do Sol que aí teve lugar a 29 de Maio, cujas observações a confirmaram. Com o jornalismo actual as coisas passar-se-iam ao contrário: as manchetes anunciariam antecipadamente quais as observações de Eddington!
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Pois, o jornalismo...
ResponderEliminar:))
Disparates ou não, o que é certo é que ela se 'afunda'...
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