![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjR4etb7-8ag_79YWxwvQt0EUsMjJfVpFmgxN4C-17O3O1MWQlhrBAsP5I0WxLTvrMUkpiQN54BhGiPbgwpKp5jmBuwEhZq6zmmGcAuzZHMXs1q9ZPGhC7Fv5ncSs50kAahl1m3/s280/Cr%C3%A9ditoBanc%C3%A1rio.jpg)
Mas note-se que havia que começar cedo a pensar no assunto do Natal. Se lermos com atenção a publicidade que naquela época se fazia ao produto (clique em cima da gravura abaixo para a ampliar), percebe-se melhor como a coisa funcionava. A partir de Março do Ano a que se reportava o Cabaz, começava-se a descontar antecipadamente uma prestação suave de 100$00 por mês, até se perfazerem em Dezembro as dez que totalizavam os 1.000$00, valor que a organização atribuía ao riquíssimo cabaz…
O cabaz era composto por whisky – espumante – vinho do porto – brandy – ...enfim, um sortido infindo de bebes e comes complementado por... – presente para senhora – presente para homem – brinquedo para menina – brinquedo para menino – um bom livro – surpresas de Natal. Logo na perspectiva financeira, para a empresa organizadora o negócio começava excelente. Ao contrário do que acontece com o crédito na actualidade, os clientes começavam a pagar antecipadamente aquilo que só viriam a consumir meses depois…
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjoSmTtlAsSS7LKJvb7e6xpMcJQBoFtUIo9QRwmOzFvXjyXimZDn98gSh130wsl03BzsxjJMRGhMJx75RU77KahUcSi7mvFThI5ivYIjNHxLy-jvu_11nbNCw3jWLjFM46GhadC/s280/CabazdeNatal1.jpg)
A democratização do crédito ao consumo acabou com estes negócios que, como se percebeu, não passavam de um abuso destinado a incautos e a ignorantes, pertencentes na sua maioria às camadas menos esclarecidas da população. E durante décadas não se ouviu falar de Cabazes de Natal. A designação ressuscitou recentemente mas os novos Cabazes do Natal destinam-se agora a um outro público-alvo, os socialmente preocupados, que o antigo público já pode oferecer-se o seu LCD comprado a crédito pelo Natal…
Agora são as ONG(*) benfazejas que se propõem vender Cabazes de Natal a preços justos (abaixo) cujas receitas revertem para si próprias. E se acima descrevi como funcionava o antigo negócio dos Cabazes de Natal este negócio moderno das ONG internacionais talvez seja comparável… Reflicta-se que, no tempo em que eram os pobres que compravam os Cabazes de Natal, havia umas meras dezenas dessas ONG no Mundo(**); hoje são dezenas de milhar e tornou-se um dos sectores de actividade mais dinâmicos das últimas décadas...
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgLn2FCA2UrjkoPBSp-vJdm7Vm7qSuIuGKhKHJCUwYYDtnTzlp9cosXrVffQtGuuJvSlV6EatMIUmZ1iqaNxy6Gl6mEXykK8rCaTS1kGAqv7DX5rRUuX1UGWp6IKzvOygpWS-od/s400/CabazdeNatal2.jpg)
(*) - Organizações Não Governamentais
(**) - Em 1946 havia 41 ONG internacionais reconhecidas com estatuto consultivo junto da ONU. Em 2003 esse número multiplicara-se para 3.550. Hoje estima-se que haja cerca de 40.000 ONG internacionais em todo o Mundo...
Bolas. Há assim tantas ONG. E o que t~em andado a fazer? Eu até gosto de comprar np comércio justo. mas agora começo a pôr em causa a justeza de tudo isto.
ResponderEliminarFaz-me lembrar quando estive no Songo, cidade que serve Cahora-Bassa, vi à venda nos mercados, as roupas que iam daqui e eram distribuídas gratuitamente por algumas Ong de então...