![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgQqwtqqaHv_zYYIb0M9v-vJAogJQ4rYaANaP06uFWa3C93taeA7OCqEKJBdEGbg5YDGBmY_fado9u0iB21d83q59eRMK_PFl_1OtQNuAnSGJYIg33rbMSeONMW2uMvZNmfka43/s280/MeltingPot2.JPG)
A simples expressão
panela de mistura, em português
, não terá grande impacto para quem a ouvir, sem lhe prestar maior atenção, mas a sua tradução para inglês (
melting pot) tem-no, para quem já a ouviu. Trata-se de um ícone da formação dos Estados Unidos, que estabelece que terá sido a contribuição plural (isto até parece um
slogan do Louçã!...) das várias componentes étnicas da imigração e dos povos originais da América do Norte que se se fundiram para criar a cultura norte-americana.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi3OjjLoEu66I-hwSc1djiywq3nem3xAsx8nm2nR6PZaZGkGswRNrs8t59MPpA5lkSY1vFrcg-Fma6YbtYepgKCdyBjuHGnXmrzSKIAKBbsXkfRorWBqHotJMkOEWgD9agvP_io/s280/MeltingPot.JPG)
Assim tão clara e idilicamente definida na teoria, só muito raramente se encontram estudos ou estimativas quantitativas de qual seria a proporção das contribuições de cada uma das etnias para o resultado final da população norte-americana actual. É o caso (raro) do gráfico acima, cujo original pertence ao
Statiscal Abstract of the United States, publicado no ano do censo de 1980, e onde aparecem dados que, se analisados seriamente do ponto de vista demográfico, não podem fazer qualquer sentido
(1).
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhALwRfBtB1qS6ihnCXEPw5Y0tZcneHddwnRRBWfwvaFM7jeGkYu_sFga9KMgLMoVJFkSQ6b6MNKTHLGSeV5ZDWTthOcoWzBWLPvA4sOitDO2nD2ghJByWQWYG38lCXi-wI9R5S/s280/KimBasinger.jpg)
Como é cada vez mais frequente que um norte-americano tenha ascendentes de várias proveniências e como os resultados da classificação resultaram de questionários, onde os interrogados indicaram a sua ascendência, a distribuição tendeu a inflacionar as etnias com mais valia social (britânica ou irlandesa ou alemã) em detrimento das que são subvalorizados (a africana, a índia nativa ou a mexicana). Não fosse ela a dizê-lo, por exemplo, e ninguém adivinharia que
Kim Bassinger (acima) tinha uma avó
Cherokee…
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgOAkxk48vjl4Qd3qzUHpyg1KMtGzbU3BIaXR2TpzTOWkTdr2-_zVOKPYNOLCyFu5vNLM-r7XwwVsS27jViME1ZRuDvB5eknHvDWEeSr4bPgyh3Z-Q5nuWy5O5nnRtNrQwf-JJz/s280/RitaHayworth.jpg)
Mas foi aquele
censo de 1980 nos Estados Unidos o primeiro a
destapar a tampa de uma outra
panela, ao inserir pela primeira vez a questão de saber se o inquirido era ou possuía ascendência hispânica ou latina. O resultado, ao atingir os 6,5% da população, foi uma surpresa. Afinal, os casos de
estrelas de cinema que preferiram anglicizar os seus nomes como
Rita Hayworth (acima, chamava-se Margarita Cansino) ou como
Martin Sheen (o seu verdadeiro nome é Ramón Estévez) eram apenas a ponta visível de um enorme
iceberg.
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Progressivamente, a partir daquele primeiro recenseamento de 1980, os norte-americanos de ascendência hispânica, que até
têm ascendências diversas, sendo as mais numerosas a mexicana, a porto-riquenha e a cubana, começaram a assumir essa sua condição, e actualmente, graças a isso, ao crescimento demográfico maior que a média e à imigração constituem já cerca de 15% da população dos Estados Unidos (45 milhões). A tal
panela de mistura, pelo menos no que diz respeito ao idioma e à cultura já não é única…
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgy9HY9U1WWONfou-aXsvY47fRvQ19WVmhVHy7KKC5t04noF5v7J_NSvVVaSjd7foYMv_JgrFJ5pAU5z5YIwZwQl33i9AJhLJJPt3bztCxPSnX_2ynHL6g7zaL2MYxEYeloExJ2/s400/WhoAreWe.JPG)
A seguir a escrever
Choque de Civilizações (1996) sobre a ordem mundial,
Samuel P. Huntington voltou-se para o seu próprio país e escreveu
Quem Somos Nós? (2004), precisamente a respeito do impacto do peso crescente dos hispânicos na evolução da identidade nacional norte-americana. Apesar do subtítulo
O Grande Debate da América as questões que o livro levanta parecem ser por demais incómodas para fazer dele o sucesso editorial que foi o seu antecessor. Já se passaram cinco anos e ainda não houve
Grande Debate…
(1) Como a conclusão, que se pode extrair daquele gráfico, que em 1980 haveria nos Estados Unidos 40 milhões de pessoas de ascendência predominantemente irlandesa contra apenas 8 milhões de ascendência predominantemente mexicana.
(2) É irónico que a banda sonora de introdução da série seja uma composição dos The Who intitulada Won´t Get Fooled Again (Não serei novamente enganado). No aspecto sociológico da Miami que ali é retratada, pelo que ficou descrito acima, o espectador é repetidamente enganado a cada episódio que passa.
HERDEIRO, GOSTEI MUITO DO POST...INTERESSANTES AS INFORMAÇÕES SOBRE RITA E MARTIN..hehehe...AQUI NO BRASIL, CHAMAMOS AO MELTING POT "CADINHO DE RAÇAS"...grande abraço, minha sempre admiração...cácumDEUS!
ResponderEliminarDesejo, muito sinceramente, que o Menino não se torne assim tão eterno para que cresça, aprenda todo o alfabeto e deixe de escrever os seus comentários em LETRA DESENHADA MAÍUSCULA.
ResponderEliminarNessa altura já o menino, sendo mais crescido, terá aprendido que o emprego desnecessário desse tipo de LETRA é interpretado como o equivalente escrito a falar desnecessariamente alto.
Votos de muitas felicidades para o Menino...