Há uma piada antiga, que remete para um lunático que estava internado e cuja terapia consistia em passar a ferro, quando um dia aparece com duas enormes bolhas de queimaduras de cada um dos lados da cara: - Estava a passar a ferro quando ouvi o telefone e distraído, confundi o ferro de engomar com o auscultador do telefone, atendi… e queimei-me! - Tudo bem, mas o que é que acontecera no outro lado da cara? - Então não é que o outro desgraçado insistiu em tornar a ligar?...
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A piada é mais didáctica do que bem conseguida, mas aplica-se que nem uma
luva ao desplante de Eduardo Barroso que, insatisfeito com as
figuras tristes que andou por aí a fazer há cerca de um mês, e que culminaram com a sua inevitável demissão de Director-Geral da Autoridade para os Serviços de Sangue e Transplantação, voltou hoje à carga justificando-se no
Expresso. Pela insistência de Eduardo Barroso, o assunto merece agora um outro tratamento, porque, como se costuma dizer, só à primeira é que quem quer cai, desta vez cai quem quer.
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Como indiciava já a
sua audição parlamentar, o ego de Barroso é ridiculamente
avantajado e tudo na entrevista aponta para essa hipertrofia. Demitiu-se, não porque sentisse que o devesse, mas para que não o chateassem (
não tenho o estômago do Sócrates), uma chatice provocada por razões simples:
desperto muitas invejas, tudo não passou de
uma vingança pessoal. Para mais, a sua pessoa é o que há de mais parecido com o insubstituível, ainda está à espera de substituto:
já sabia que teria de esperar...
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Barroso confessa
gostar de comer bem, fazer umas viagens e como não é rico faz isso do seu trabalho. A propósito da ausência de riqueza, recorde-se como os rendimentos controversos, que o colocaram próximo do
limiar da subsistência, eram
adicionais ao seu ordenado mensal e se cifravam em cerca de 20.000 euros mensais… Uma senhora, a propósito da falta de pão, propôs a sua troca por
brioches. Chamava-se Maria Antonieta, era Rainha de França, e o povo nunca lhe perdoou a ingenuidade e o descaramento, cortando-lhe depois a cabeça…
Ao menos metaforicamente, creio que Eduardo Barroso não corre os riscos que vitimaram Maria Antonieta, porque esta reincidência dele neste mesmo assunto parece-me sobretudo acéfala…
O "Eduardinho" era bebida que não dizia com charutos finos, luxo de gente modesta como só encontramos no clã Soares.
ResponderEliminarNão sei se a etiqueta mais adequada a este texto é Inanidades ou Insanidades...