Os efeitos da globalização podem ser sempre interpretados da perspectiva económica dos que nela participam com o capital e dos que nela participam com o trabalho. Torna-se, no mínimo, curioso, ver aqueles a que estamos habituados a associar ao capital a defenderem os seus interesses quando estão do lado oposto. Foi o que ocorreu com o anúncio do encerramento da fábrica da NOKIA (finlandesa) de Bochum, na Alemanha, extinguindo 2.300 empregos e que será deslocalizada para a Roménia.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEift3dYMiydT7abVQcOp_eyCCvSuULKM_bGOwDwFrLy6QEXqqjLFTVkQg4XtgNmbbqA7BD26Sos7OjlL4tBtQmbAxbGG6NDebf4CZWaI1XnWhZ4ECsxHATbTNcTKeQunNQP7-DPRQ/s320/NokiaLogo.jpg)
A
reacção mediática negativa que o gesto desencadeou na comunicação social alemã, que não deve estar a agradar nada aos responsáveis da multinacional finlandesa, foi ainda acompanhada de proclamações de boicote aos produtos da marca, anunciados por pessoas tão respeitáveis e de latitudes políticas tão distintas quanto o próprio ministro das finanças
Peer Steinbrück, do SPD (sociais-democratas) ou o ministro da agricultura,
Horst Seehofer, da CSU (conservadores cristãos).
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É engraçado concluir daqui quanto nos podemos enganar quando acreditamos naquelas manobras mediáticas bem montadas para nos fazer crer como se pensa no resto do mundo: para nós, Portugal é pobre, a Alemanha rica, e a esmagadora maioria dos alemães seriam a favor da globalização – lembrem-se do
exemplo da fábrica da VW de Palmela e das ameaças recorrentes do seu encerramento… Afinal parece que não é só assim… Nem mesmo nos países ricos se aceitam pacificamente as sequelas da globalização…
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…nem devemos acreditar, por falar em ideias que nos querem fazer crer que
lá fora já foram perfeitamente aceites, que na Europa todos se mostrarão a favor da aprovação do Tratado, como agora nos explicaram para justificar a dispensa do referendo prometido. Se olharmos para os dois protagonistas da fotografia acima, percebe-se porque nem vale a pena queixarmo-nos - a não ser de nós mesmos! - da falta de credibilidade que grassa na política portuguesa…
Será que a Merkel já estava à espera disto quando deu instruções ao Sócrates para não se meter em referendos?
ResponderEliminarJá agora, o cavalheiro que segue atrás do Sócrates, é o José Barroso, não é?
Está gordo e com ar decidido, talvez porque ganha bem e não espera ser deslocalizado...para breve.
Quando Barroso for deslocalizado estou boicotador do que ele se proponha vir para cá fazer. Esse e o Alto Refugiado...
ResponderEliminarJá somos dois e para os dois...
ResponderEliminarGostei do discurso de Barroso, defendendo que a deslocalização não era grave, porque era dentro da UE! É bonito e fica-lhe bem ao tom da pele...
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