Umberto Eco cometeu a imprudência de se ter atrevido a escrever o seu primeiro romance
O Nome da Rosa apenas aos 48 anos (1980) para descobrir que tinha escrito um enorme
best-seller. Depois disso, Eco deve ter-se tornado uma espécie de vítima do seu próprio sucesso e a cada novo romance seu (e já lá vão quatro) levantam-se as expectativas de uma reedição de um sucesso semelhante ao da história das investigações de Guilherme de Baskerville, seguido de um clamor desapontado.
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Entre nós, noutra escala e num outro ramo, parece-me que o dilema de
Fausto se assemelha muito ao de Umberto Eco. Produzido dois anos depois de
O Nome da Rosa também o álbum duplo
Por Este Rio Acima parece vocacionado para se tornar a obra de Fausto que, mau grado a qualidade das suas criações posteriores (e já vão em cinco…), ofusca tudo o que ele venha a produzir. Mas é de realçar, tanto num caso como noutro, a determinação que qualquer os autores demonstra em se superar…
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O que me impressionará pela negativa serão as atitudes de quem consegue gerir a sua produção criativa de forma a maximizar a notoriedade ao longo da sua carreira, como era o caso de
Sergei Bubka, que batia metodicamente o recorde mundial do salto com vara, centímetro a centímetro (cada vez que o fazia recebia um chorudo prémio especial) em vez de explorar o limite das suas capacidades atléticas. É óbvio que a atitude que Bubka escolheu é a economicamente mais racional e que Bubka foi um atleta sobredotado, mas quem assim escolhe encher o porta-moedas alguma coisa tem de sacrificar na sua reputação…
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