19 fevereiro 2010

O NOSSO AMOR É VERDE

Tenho por ponto de honra inserir de quando em vez no blogue alguns dos vídeos mais agressivos que a TV nos pôde mostrar a coberto do pretexto traiçoeiro que nos estava a entreter – tipicamente, um com a Clara Pinto Correia a dançar... Mas tenho de ter o fair-play de reconhecer quando alguém também consegue um grande feito nesse campo das evocações atrozes. A autora do feito, não é demais enaltecê-la, foi a Donagata com a inserção de uma prodigiosa e inesquecível interpretação de Natália de Andrade intitulada O Nosso Amor é Verde (acima), que eu aqui também insiro, não só para divulgação mas também para comparação da sua classe com aquela que é reputada o maior vulto internacional de sempre, uma cantora norte-americana chamada Florence Foster Jenkins (abaixo).
Natália de Andrade pode ser recordada mais uma vez num daqueles incontornáveis programas das tardes de Domingo do Júlio Isidro (que também a lançou – como a todos os cançonetistas nacionais nascidos depois de 1889, de resto…) onde ela comparecia, muito composta e devidamente acompanhada ao piano para interpretar peças musicais como a que podemos ouvir abaixo, enquanto a audiência, que fora devidamente advertida que aquilo se tratava de bel canto, uma arte respeitável e séria, cerrava a boca e abafava as gargalhadas, proeza não despicienda essa de provocar uma audiência televisiva típica, dado que se trata de um ser compassivo – até aplaude as piadas do Fernando Mendes! – e que possui um QI colectivo apenas marginalmente superior ao de uma capoeira de galinhas…
E porque este blogue não pode deixar de ter um certo sentido de responsabilidade e pedagogia eis o mesmo trecho musical mas agora cantado por Maria Callas. Depois de ouvir a Natália de Andrade tem o mesmo efeito de uma boa aguardente de peras: ajuda à digestão...

4 comentários:

  1. Sem margem para dúvidas ganhas tu. 2-1 e não se fala mais nisso.

    É de ir às lágrimas quer na verdadeira quer na figurada acepção da palavra.

    Se não te importares gostaria de usar o de Mozart e colocá-lo no meu blogue. É que além do mais ainda tem gatos a comentar a desgraça.

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  2. Não me parece que a capacidade de torturar as pessoas com fífias não é desporto de competição. A Amnistia Internacional devia condenar a prática...

    Nesta coisa do "Amor ser Verde" eu vejo-te mais como uma arqueóloga que desenterrou uma preciosidade.

    E escolhi aquele vídeo da Florence Foster Jenkins (Flo Fo para os amigos - não percas a biografia em hipertexto) enfeitado de gatos mesmo em tua intenção.

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  3. Ninguém a "Callas".
    Não se arranja por aí um dueto com o Dias Ferreira a cantar "O nosso amor é verde"?

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