22 de Julho de 1944. Encerramento da Conferência de Bretton Woods, uma remota localidade do estado de New Hampshire. Longe das atenções da guerra, os Estados Unidos preparavam a nova ordem mundial sobre a qual pretendiam predominar. Neste caso, a reunião envolvia 44 países beligerantes (do lado dos Aliados) e o que se organizava era o formato das relações comerciais e cambiais depois do fim do conflito em curso. As coisas estavam pensadas de antemão. Tudo se organizaria à volta do dólar norte-americano (veja-se o esquema abaixo), reflectindo a hegemonia da economia americana, que representava à época cerca de metade, talvez um pouco mais, de toda a produção mundial.
Excluídos dos trabalhos estiveram, naturalmente, os países do Eixo (Alemanha, Japão), mas também, menos naturalmente, os países ainda neutrais, como a Espanha, a Irlanda, Portugal, a Suécia, a Suíça ou a Turquia. Suécia e Suíça e também, na sua pequena escala, Portugal, financeiramente mais autónomos do que os restantes, teriam sido vozes independentes num esquema organizativo destinado a beneficiar a potência hegemónica, num campo onde a União Soviética não se atrevia a ter sequer pretensões. E só o alinhamento desta última nesta nova ordem financeira mundial foi razão para dar visibilidade ao acontecimento numa pequena notícia do Diário de Lisboa do dia seguinte (abaixo). O sistema iria subsistir até Agosto de 1971.
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