08 fevereiro 2016

O CONTRASTE ATÉ DÁ VONTADE DE RIR...

Paulo Portas vai a Bruxelas e sai de lá - noticiosamente, pelo menos - consagrado, considerada a sua influência e magnanimidade. Estas notícias quando são relatadas assim, sem interferência jornalística crítica, parecem mesmo bonitas, como se fossem o enredo de um filme. E quem disse que Portas ia abandonar a política, percebe com elas que se enganou redondamente. Em contrapartida Paulo Rangel está em Bruxelas e transmite de lá - noticiosamente, pelo menos - a imagem de um eurodeputado sem escrúpulos, um Miguel de Vasconcelos que coloca outros valores acima dos nacionais. Estas notícias quando são relatadas assim, sem que o defendam, até fazem desconfiar porque, de tão negativas, até parecem o enredo de um (outro) filme. E quem disse que não há convulsões internas no PSD enganou-se redondamente.
Note-se que eu não nutro particular simpatia pela maioria das ideias de Rangel, quanto à Europa, especificamente a sua posição altaneira quanto à avaliação do trabalho dos eurodeputados, mas este tratamento, que só me parece possível pela conjugação dos interesses de PS e PSD, então quando em contraste com a benevolência dada a Portas, é uma verdadeira farsa.

3 comentários:

  1. As convulsões internas no PPD-PSD sempre foram, e continuarão a ser, uma característica inata do Partido.

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  2. O que eu não posso assegurar, e tenho dúvidas, é se a construção desta imagem antipática de Rangel apenas contou com a negligência da ampla facção jornalística pró-PSD-que-lá-está ou terá contado com a sua colaboração activa, a antever a próxima disputa interna do partido. Rangel ainda não se pronunciou mas, da última vez, foi o rival de Passos Coelho. Houve umas histórias sórdidas a respeito dessa campanha (http://visao.sapo.pt/actualidade/portugal/o-vendaval-moreira-de-sa=f758385).

    É que estas coisas novas das eleições internas dos partidos são só com umas poucas dezenas de milhares de votos, onde muitos desses milhares estarão encabrestados mas, mesmo assim, uma má imprensa, dará sempre jeito.

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  3. Pois… não possuo informação para esclarecer essa tua dúvida. O que me parece é que terias apreciado ainda menos os últimos 4 ou 5 anos se tivesse sido o Rangel a vencer a disputa. Penso eu de que…
    Eu, por mim, não teria ficado mais tranquilo. Não tenho uma boa impressão da personagem. Mas posso estar enganado e não passar de um preconceito.
    Tenho vários, como já se terá percebido. Um deles prende-se com aventais; vejo-os por todo o lado e não apenas na cozinha, onde seria suposto estarem.
    Quando me convencerem de que, além de “boy” (que continuo a pensar ter crescido e aprendido muito e depressa), o Coelho também participa em passagens de modelos de aventais, aí o caso mudará de figura.
    Sendo um convicto defensor da iniciativa privada e do livre comércio, não menosprezo o papel fundamental da regulação; o que parece ser uma contradição, mas não o é nem deve ser. É que, tal como os chapéus e os aventais, regulações há muitas… e, no entanto, falta sistematicamente a necessária, ou a sua aplicação, sobrando e empecilhando as outras.

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