21 junho 2014

NORILSK SOB O SOLSTÍCIO

Em dia de Solstício, evoque-se Norilsk que, com os seus cerca de 175.000 habitantes, é, depois de Murmansk, a segunda cidade mais populosa situada para lá do Círculo Polar Árctico. Naquelas paragens nos meses de Junho e Julho, não há noites, o Sol limita-se a rodopiar pelo Céu como está agora a acontecer em Norilsk. O que não quer dizer que, com o nível de poluição gerado pelas indústrias locais de refinação do níquel extraído das minas da região, os habitantes locais possam verdadeiramente apreciar esse tal Sol que nunca se põe. Para mais quando no Inverno acontece precisamente o contrário, mês e meio de uma noite contínua em que a temperatura atinge regularmente os -50º C. A cidade é considerada, de longe a mais poluída de toda a Rússia e, embora de fundação recente (1935), não deixa de ter uma interessante história.
Começou por ser um campo de trabalho do arquipélago do Gulag destinado aos prisioneiros (sobretudo políticos) da União Soviética. Faz parte do historial da Resistência ao Comunismo a revolta de prisioneiros (sobretudo nacionalistas ucranianos) que ali ocorreu durante os meses do Verão de 1953 após a morte de Estaline. De acordo com as estatísticas mantidas pelas próprias autoridades, durante os 21 anos de funcionamento do campo (1935-56), morreram em Norilsk 16.806 prisioneiros, uma média de 800 mortos/ano – e um número que vale a pena ser comparado com os 32 mortos oficialmente registados no campo do Tarrafal durante os 18 anos (1936-54) em que este último funcionou (média de 2 mortos/ano). Uma comparação para meditar e para que algumas memórias não se deixem apagar mais do que outras

2 comentários:

  1. Bom dia Teixeira, ante tudo quero te agradecer pelos bons momentos que seu blog me proporciona.
    Como me parece que você fala russo ( eu nao ), aqui vai um link para un site com muitos livros e velhos albuns de fotografias sobre a uniao sovietica ( e epocas anteriores ). Espero que lhe seja útil para a preparaçao de alguma nova mensagem.

    um abraço, Manuel

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  2. Obrigado Manuel, ou melhor spasibo, ou ainda melhor Спасибо, que eu do russo, o que mais lhe posso fazer é lê-lo, não sou propriamente fluente.

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